Na casa da irmã

Acusado de matar mãe e enteada é preso em Bocaiúva do Sul

Altamir José Rodrigues, 33 anos, o “Chuck”, foi preso na casa da tia da esposa em Bocaiúva do Sul, na manhã de sábado. Ele era procurado há quase um mês, acusado de matar madrasta e enteada em outro bairro da cidade. Depois de uma campana de quase três horas, ele foi detido por volta das 7h por investigadores da delegacia local.

Desde que soube que era procurado, Altamir fugiu para Joinville, em Santa Catarina, para o litoral paranaense e depois para Curitiba e várias cidades da Região Metropolitana. Um mandado de prisão contra ele foi emitido. “Chuck” afirmou que voltou para Bocaiúva do Sul, sabendo que seria preso, porque queria dar exemplo para os filhos. “Eu quero pagar até o fim pelo que fiz”, disse.

De acordo com o delegado Homero Vieira Neto, Altamir negou o crime no início do depoimento, mas depois confessou. Ele tem sete filhos, dois com a idade da criança que é acusado de matar. “O rosto da menina voltava todas as noites na minha cabeça. Eu lembrava dos meus filhos e não conseguia dormir. Me considero um monstro”, desabafou.

O crime

Karina Colimo, 10 anos, e a madrasta Lucinéia Luzia de Almeida, 27, desapareceram no dia 16 de abril. No dia 23, Lucinéia foi encontrada morta, seminua, amordaçada e com as mãos amarradas. No dia seguinte, Karina também foi localizada morta, a dois quilômetros do local onde estava o corpo da madrasta.

Altamir era suspeito desde o primeiro dia de investigações, porque abandonou o emprego de jardineiro na chácara da família assim que elas desapareceram. O Paraná Online ele contou que foi apresentado à família por um vizinho, e trabalhou no local por um mês. Ele se identificou como Antônio porque não queria que descobrissem que ele era procurado pela polícia: ele já foi condenado a 12 anos de prisão por um roubo e era foragido do sistema penitenciário.

No dia 16, ele alega que foi insultado por Lucinéia. “Ela foi pegar a mangueira no jardim e veio me xingando. Acho que o Marcos tinha ciúmes de mim e falou mal de mim para ela. Ela disse que com o outro jardineiro não tinha dado certo, e comigo também não ia dar. Eu não sei o que deu na minha cabeça, fui pra cima dela”, revelou.

Apesar de Lucinéia ter sido encontrada seminua, Altamir negou qualquer abuso sexual à vítima. Ele garante que as roupas saíram do corpo dela enquanto ele arrastava o cadáver para o local em que o escondeu.

Ele contou ainda que, enquanto tentava esconder o corpo de Lucinéia, Karina saiu de casa e viu a madrasta morta. A menina saiu correndo, gritando. Com muita dificuldade de tocar no assunto, depois que as câmeras das emissoras de televisão foram desligadas, Altamir acabou confessando à nossa equipe que puxou a menina pelos cabelos, a jogou no chão e a agrediu até a morte.

“Eu lembrava o tempo todo dos meus filhos, mas não tinha como voltar atrás. Eu não sei o que deu na minha cabeça e já tinha matado a mulher. Depois não quis arrastar o corpo da menina, carreguei ela no colo”, detalhou.

Psicopata

Para o delegado, Altamir é um psicopata e ocultou a verdade. As investigações apontam que ele matou Lucinéia durante um abuso sexual, e matou Karina porque ela testemunhou o crime. “Ele tirou toda a roupa que conseguiu da vítima, a amarrou e amordaçou. Os exames não encontraram esperma no corpo de Lucinéia, mas existem muitos tipos de violência sexual que podem não deixar provas para trás”, afirma.

Confira o vídeo com a confissão.