Acusada de aliciar meninas para esquema de extorsão está desaparecida

O cerco está se fechando para Luciana Polerá Correia Cardoso, 21 anos, acusada de ser a mentora da rede de pedofilia envolvendo extorsões praticadas por policiais civis. Com mandado de prisão expedido, Luciana é procurada em todo o Estado pelas polícias Civil e Militar. Considerada um "arquivo vivo", por saber detalhes da trama e do envolvimento de policiais, empresários e até mesmo políticos, a polícia teme agora que ela não seja encontrada viva.

Conforme comentado por testemunhas, Luciana costumava andar armada e já teria ameaçado várias pessoas envolvidas no esquema. A última notícia de seu paradeiro era que ela estava no litoral do Paraná, porém, há suspeitas que ela tenha fugido para outro estado. Por enquanto, apenas o tio dela, Lincon Lima dos Santos, está preso.

No começo das investigações, a corregedora-geral da Polícia Civil, Charis Negrão Tonhozi, disse que havia indícios suficientes da participação de 14 policiais. Hoje, as autoridades silenciam sobre os fatos, alegando que a revelação dos nomes pode prejudicar as investigações. Entretanto, há informações de que a corregedoria já teria concluído o inquérito policial e passado os documentos ao Ministério Público.

Trama

O esquema começou a ser divulgado na imprensa há 15 dias, quando meninas revelaram a participação de policiais civis, lotados no 4.º, 7.º e 12.º distritos policiais. As garotas eram levadas para a casa de Luciana, ou motéis, e lá ficavam nuas com o pedófilo, que conhecia a aliciadora pela internet. Antes de as carícias esquentarem Luciana dava um sinal para os policiais civis invadirem o quarto. O cliente então era extorquido sob ameaça de ser preso.

Qualquer pista sobre o paradeiro de Luciana também pode ser enviada ao e-mail policial@tribunadoparana. com.br. As informações serão passadas à polícia e a identidade do informante será mantida em sigilo.

Policiais homenageados

No Dia Nacional de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, os soldados Rosemeri e Castro, da Patrulha Escolar Comunitária (PEC), do 13.ºBatalhão de Polícia Militar, foram homenageados. Foram eles que atenderam a ocorrência que levou à descoberta da rede de pedofilia e extorsão, em que estudantes de colégios dos bairro Portão e Fazendinha eram aliciadas.

No dia 28 de abril, os soldados descobriram que Luciana era a responsável pelos aliciamentos e a levaram ao 4.º DP (São Lourenço). Lá ela foi ouvida e liberada. A partir daquele dia as meninas passaram a divulgar toda a trama, incluindo as extorsões cometidas por policiais civis. Depois disso Luciana fugiu.

Esta não é a primeira vez que a dupla realiza um trabalho digno de elogios. Em 2003, Castro e Rosemeri iniciaram investigações para descobrir quem era o traficante que vendia drogas a alunos de uma escola. Castro se passou por estudante e, durante um mês, acompanhou a rotina dos alunos. Os policiais chegaram até o criminoso. "Em 16 anos de trabalho é a primeira vez que recebi um elogio público e isso é muito gratificante", disse Rosemeri. "Muitos trabalhos feitos pelos policiais, às vezes, passam despercebidos. Para mim, essa homenagem foi uma grande satisfação pessoal", finalizou Castro, PM há cinco anos.

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