O acidente em que se envolveu o universitário Leonardo Brandalise Kucinski, 19 anos, e matou um taxista e seu passageiro, dia 9, ganha mais uma semelhança com o do ex-deputado Luiz Fernando Ribas Carli Filho, em que dois jovens morreram, em 7 de maio de 2009. Nos dois acidentes, os jovens de classe alta, de acordo com testemunhas, estavam embriagados e dirigindo em alta velocidade.

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Ontem, investigadores da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) confirmaram ter um vídeo em que Leonardo aparece bebendo em uma festa, horas antes do acidente que matou o taxista Edson Salvador de Lara, 49, e o passageiro Ricardo Pussoli Filho, 62, no Juvevê.

Um vídeo muito semelhante, em que Carli Filho aparece tomando vinho horas antes do acidente de 2009, é utilizado pela equipe de acusação. Os dois policiais do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran) que atenderam a ocorrência no Juvevê declararam que Leonardo estava embriagado.

Entretanto, o estudante se recusou a fazer o bafômetro e negou que tivesse ingerido bebidas alcoólicas. Leonardo passou um dia preso, suspeito do duplo homicídio, sem direito à fiança. Na manhã seguinte foi concedido a ele o benefício da liberdade provisória.

Advogado

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Familiares do passageiro do táxi procuraram o advogado Elias Mattar Assad para ajudar na acusação contra Leonardo. Ele e a advogada Débora Veneral confirmaram ontem que assumirão a causa. Assad também atua na acusação do ex-deputado Carli Filho.

Uma testemunha informou que Leonardo atravessou o sinal vermelho e atingiu um semáforo antes de bater no táxi, que poderia estar estacionado. O jovem, em depoimento, declarou que o táxi avançou o sinal. De acordo com a equipe da Dedetran, o delegado Armando Braga deve conceder entrevista coletiva sobre o inquérito de Leonardo na segunda-feira.

No coração do Batel, quatro perdem a vida

Arquivo
Sinaleiro não impediu batida.
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Outro caso com alguma semelhança é o de Eduardo Abib Miguel, filho do ex-diretor geral da Assembléia Legislativa Abib Miguel, o “Bibinho”. Ele foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio doloso, em novembro de 2010, e participou da última audiência de instrução do processo na sexta-feira passada.

De acordo com o advogado de defesa de Eduardo, Eurolino Sechinel dos Reis, o jovem informou no interrogatório que conduzia uma Mitsubishi Pajero a 60 km/h em 7 de dezembro de 2009.

O laudo oficial da perícia, entretanto, apurou que o veículo estava a mais de 117 km/h no momento da colisão, na esquina da Avenida Batel com a Rua Francisco Rocha. Segundo o advogado, quem furou o sinal foi o veículo onde estavam as quatro vítimas fatais, e não Eduardo, como declararam testemunhas.

O promotor responsável pela acusação, Marcelo Beck, aguarda carta precatória com o depoimento de um sobrevivente, que mora no Rio de Janeiro. Depois disso, um juiz deverá decidir se Eduardo irá a júri popular.