Acidente na BR-116 deixa cinco mortos na região de Curitiba

Ultrapassagem imprudente no perigoso trecho de pista simples da BR-116, próximo ao limite de Curitiba com Fazenda Rio Grande, terminou com cinco mortos, no início da tarde de ontem. O acidente envolveu um caminhão, um Escort, um Corsa e uma motocicleta.

Quatro pessoas da mesma família – um casal e duas crianças – que estavam no Escort placa KHA-6161 (Fazenda Rio Grande) perderam a vida, bem como o piloto da moto Yamaha placa AMK-8714 (Pinhais), Luiz Carlos Moreira, 43 anos. Uma terceira criança, de 3 anos, também ocupante do Escort, foi retirada das ferragens com vida e está hospitalizada. Já o condutor do caminhão placa DDB-018 (Argentina), o argentino Marcelo Ciarlo, 24 anos, saiu sozinho das ferragens com ferimentos leves.

Quando o Siate chegou, Jéssica Andressa Prado Maciel, 3 anos, estava viva no automóvel. Foi resgatada e levada ao Hospital do Trabalhador. Seus pais, Djalma Maciel, 44, e Isabel Cristina Prado, 31, bem como suas irmãs Ermidiane Aparecida Prado, 10, e Stephany Monaliza Prado, 9 meses, morreram no local.

Imprudência

Daniel Derevecki
Corpos resgatados ficaram à espera do camburão do IML. Carga espalhou-se na pista e atingiu um Corsa.

O acidente – um dos mais graves ocorridos naquele trecho – aconteceu a poucos metros do cruzamento com a Rua Vereador Angelo Burbelo, no Campo do Santana, por volta das 12h. Segundo Manoel Mendes Fernandes, policial militar de folga que testemunhou a colisão, o caminhão seguia no sentido a Curitiba. O motoqueiro vinha no sentido oposto, quando tentou uma ultrapassagem, bateu de frente com o caminhão e morreu na hora.

O motorista argentino tentou desviar da moto, puxando o caminhão para a esquerda. A manobra foi brusca e a carga tombou em cima do Escort, que vinha pouco atrás do motoqueiro. O Escort ficou embaixo do caminhão, prensado entre a cabine e a caçamba.

O automóvel da testemunha, o Corsa placa ALP-2383, ficou com a lataria avariada por parte da carga que caiu sobre ele. No Corsa, ninguém se feriu. A carga de borracha ficou espalhada na pista e começou a ser retirada pouco antes das 15h.

O caminhão atravessou de um acostamento a outro, bloqueando totalmente a pista e resultando em quilômetros de congestionamento, principalmente no sentido Fazenda Rio Grande a Curitiba.

A pista só foi liberada por volta das 16h. Alguns motoristas, que bloqueavam as passagens alternativas e acostamentos, chegaram a ser multados pela Polícia rodoviária Federal (PRF).

Trecho da morte

Segundo a Polícia Rodoviária Federal, uma equipe estava se deslocando para próximo da ponte do Rio Iguaçu – onde moradores fariam um protesto pedindo obras de melhoria na ponte – quando ocorreu o acidente. O protesto não aconteceu, mas reuniu os revoltosos ao redor dos veículos retorcidos, que foram unânimes em concordar que a rodovia precisa urgente de obras de duplicação.

Diariamente, contaram moradores, o trecho de pista simples concentra acidentes e vítimas. Um caminhoneiro reclamou que há 15 anos houve falar de projetos de duplicação, principalmente nas épocas eleitorais, mas até agora não viu nada concreto. ?Acidente aqui é todo dia. Vemos coisas disso aqui para pior?, disse o caminhoneiro.

A travessia da Rua Vereador Ângelo Burbelo é ainda mais perigosa, principalmente para moradores locais. Atropelamentos são comuns e já geraram dezenas de protestos na região.

O secretário de transportes e diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), Rogério Tizzot, foi procurado para esclarecer se há projetos de melhorias no trecho, mas não foi localizado. Mesmo assim, sua assessoria esclareceu que o trecho é urbano e não é de responsabilidade do governo estadual. Seria área da prefeitura de Curitiba ou do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transporte (Dnit). As assessorias da prefeitura e do Dnit não foram localizadas na tarde de ontem.

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