Acerto de contas acaba em fuzilamento de casal

A doméstica Elizabeth Cubas Lima, 27 anos, e o amásio dela, Luiz Carlos Matias, o “Carlão”, 30, foram fuzilados quando chegavam na casa da irmã dela, Claudete, situada na esquina das ruas Nicodemus Zeglin e Eunice Bettini Bartoszeck, no Uberaba, em Curitiba, às 22h20 de sexta-feira. O motivo do crime seria acerto de contas e o principal suspeito é Ailton Rodrigues de Oliveira, mais conhecido como “Nariz”, que já tem diversas passagens pela polícia e era comparsa do concunhado e da cunhada em furtos de computadores e toca-CDs.

O casal chegava junto com Claudete e o amásio dela, Ailton Rodrigues de Oliveira, no Prêmio placa AGO-3820, de propriedade de Ailton, quando foi alvejado. Luiz já estava fora do carro quando foi executado com tiros de uma pistola calibre 380. Ele caiu com a cabeça dentro do veículo e as pernas para fora. Elizabeth ainda tentou correr do assassino, mas foi alvejada por vários disparos e caiu a poucos metros do veículo.

Depoimento

Pouco depois do crime, Ailton e sua mulher Claudete estiveram na Delegacia de Homicídios para prestar depoimentos. Eles contaram que o casal morava na Rua Professor Mansur Guedes, no Parolin. Segundo o próprio Ailton, quando chegou em casa, foram abordados por seis ou sete homens, que usavam uma Kombi branca de vidro fumê, que passaram a atirar, mas somente acertaram Elizabeth e Luiz Carlos. Em seguida foram embora. Ainda de acordo com Ailton, um dos autores seria um tal de Paulo. Mas denúncias anônimas dão conta de que Elizabeth já estava sendo ameaçada de morte pelo cunhado.

Furtos

Policiais da Delegacia de Furtos e Roubos também estiveram no local. O investigador Henrique informou que soube que Luiz Carlos e Elizabeth estavam mortos e foi até o local, já que os dois eram investigados por furtos de toca-CDs no Largo da Ordem e furto de computadores no bairro Mercês. Ele disse que Ailton também é investigado e já possui passagens pela polícia por furto, receptação, porte ilegal de arma, tentativa de homicídio e tráfico de drogas. O outro concunhado deles, Ezequiel Rodrigues, 28 anos, mais conhecido como “Peixe”, foi preso e condenado a seis anos de reclusão. “Ele cumpre pena na Penitenciária Estadual de Piraquara e fazia parte da mesma quadrilha”, salientou o investigador Henrique.

Ele disse que Luiz Carlos também era conhecido da delegacia e havia denúncias de que Elizabeth estava envolvida com os furtos e com o golpe do bilhete. “Ela trabalhava, mas nas horas de folga agia”, denunciou Henrique.

Contradições

As suspeitas de que Ailton seria o autor do crime, que sua mulher Claudete, a cúmplice e que os dois inventaram a farsa são dos investigadores Bimba e Henrique, da Delegacia de Furtos e Roubos. Eles estiveram no local e perceberam que Luiz Carlos já estava fora do carro quando foi alvejado e, estranhamente, nenhum disparo atingiu os vidros ou a lataria do carro de Ailton. A mulher foi encontrada a poucos metros do local. “Tudo indica que ele matou Luiz Carlos, Elizabeth viu e correu. Para não ser denunciado pela cunhada, matou ela também”, presume o policial.

Ele salientou que, se uma Kombi ocupada por seis elementos estivesse mesmo passado pelo local, as marcas de tiros estariam na lataria do veículo e também poderiam ter acertado Ailton, sua mulher e as crianças que estavam no carro. “Os disparos foram certeiros. Outro fato que chama atenção é que Elizabeth não iria correr pela rua, mas para dentro da moradia se a história contada por ele fosse verdadeira”, frisou.

Uma denúncia anônima recebida pela delegacia na manhã de ontem confirmou as suspeitas do policial. A pessoa contou que Elizabeth e Luiz Carlos foram até a casa de Ailton, pois pretendiam praticar furtos na cidade e acabaram sendo executados. O denunciante relatou ainda que Ailton era informante da polícia.

Voltar ao topo