Abortado plano de fuga de prisão de Ponta Grossa

Um túnel, com 4 metros de extensão, que iniciava em uma cela da 5.ª galeria do Presídio Hildebrando de Araújo, em Ponta Grossa, e terminava na calçada do pátio externo da cadeia, foi descoberto na madrugada de ontem, por policiais militares que faziam ronda ao redor do edifício. Pelo menos 20 presos pretendiam escapar pelo buraco, aberto com uma barra de ferro, após o concreto do chão ter sido amolecido com água quente. As grades das celas foram cortadas com uma engenhoca produzida pelos presos, a partir de um barbeador elétrico.

O detento Claudemir Rodrigues – que espera julgamento pelos crimes de furto, assalto a mão armada e homicídio – assumiu a responsabilidade pela escavação. No entanto a polícia suspeita que ele foi obrigado por outros presos, já condenados, a abrir o buraco. Esta foi a segunda tentativa de fuga descoberta naquela cadeia em apenas 10 dias. A PM já havia encontrado outro túnel, no mesmo lugar e cavado pelo mesmo preso. O buraco aberto anteriormente havia sido concretado, mas isso não desestimulou uma nova tentativa de fuga.

“Pente-fino”

Após a descoberta da escavação a cadeia foi cercada por cerca de 50 homens da PM e uma operação “pente-fino” foi desencadeada em todas as celas, que resultou na apreensão de estoques (armas improvisadas com pedaços de ferro e outros utensílios), maconha e uma pedra de crack.

De acordo com o tenente Edmauro de Oliveira Assunção, comandante da 1.ª Companhia da PM, caso os policiais não tivessem percebido a movimentação dos presos, algumas poucas horas seriam suficientes para que os detentos alcançassem a liberdade. Ele disse crer que a fuga iria ocorrer durante o dia. Toda a terra retirada foi colocada junto aos beliches de um dos cubículos.

O delegado de plantão – Mariano Petrunkon – e o corregedor do presídio – juiz Helder Luiz Taguchi – foram comunicados da ocorrência. O policial autuou o preso Claudemir e o juiz determinou sua remoção para outra ala.

O próprio preso entregou à polícia a barra de ferro utilizada para cavar. Durante a revista também foi apreendida a engenhoca feita a partir de um barbeador elétrico (as lâminas foram substituídas por pedaços de serra), usada para cortar com mais rapidez as grades e a estrutura de concreto.

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