Zilda Arns ressalta importância da doação de órgãos humanos

Brasília – Há quatro anos a coordenadora nacional da Pastoral da Criança, a médica Zilda Arns, perdeu a filha Sílvia, na época com 30 anos, num acidente de carro. A jovem ficou seis dias entre a vida e a morte. Constatada a morte cerebral, Zilda doou os órgãos da filha, atendendo a um pedido dela. Foram doados as córneas, o coração, o fígado e os rins de Sílvia.

Nesta segunda-feira (25), Zilda Arns participou, em Brasília, da abertura da Semana Nacional da Doação de Órgãos, onde deu o seu depoimento. ?Eu diria para todas as pessoas que me ouvem, às mães que perdem filhos, os esposos que perdem o cônjuge, eu diria o seguinte, que é muito bom a gente doar órgãos, porque a gente sabe que a vida da pessoa que a gente ama tanto continua em outras pessoas. E se ela não doar os órgãos, eles vão apodrecer, quer dizer, não valem para nada e são tão úteis para salvar vidas, para melhorar a qualidade de vida de tantas pessoas, milhares no Brasil, que precisam dessa generosidade para sobreviver?, afirmou.

Outro depoimento foi o da chefe de enfermaria do Hospital Santa Isabel, em Blumenau (SC), Neide da Silva. Ela foi agraciada com o prêmio Destaque na Promoção da Doação de Órgãos e Tecidos no Brasil. A equipe que coordena é responsável pela notificação de 20% das mortes encefálicas no estado.

?O que a gente procura trabalhar mais é a questão da sensibilização mesmo. Quantas pessoas têm em lista, quantas pessoas esse potencial doador pode estar ajudando, trazendo mais a questão da sensibilização mesmo. A gente faz um convite a essa família, um convite de solidariedade?.

De acordo com o Sistema Nacional de Transplantes (SNT), há no país 555 estabelecimentos de saúde e 1.383 equipes médicas autorizadas a realizar o procedimento. O SNT está presente em 23 estados e no Distrito Federal. As exceções são os estados de Tocantins e Roraima. Atualmente, 522 comissões intra-hospitalares trabalham para organizar e ampliar a captação de órgãos em todo o país.

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