O ministro das Comunicações, Hélio Costa, mostrou hoje disposição de continuar interferindo nas decisões da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). "Toda vez que a Anatel tomar decisões técnicas sem olhar o lado social, eu vou intervir como ministro, enquanto eu estiver aqui". Costa se referia à definição de regras para uma eventual licitação da terceira geração da telefonia celular (3G), que deve ser discutida ainda neste ano pela Anatel.

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"Nas diversas reuniões que nós tivemos, temos tido a preocupação de colocar para eles (conselheiros) a importância do relacionamento da agência com o ministério. Sem submissão, porém no mínimo, com uma boa intenção de resolver as questões antes que elas se transformem em crise", afirmou o ministro, em entrevista coletiva.

Ele disse que, nessas conversas com conselheiros da Anatel, chegou a usar o exemplo da terceira geração, que vai permitir o aprimoramento dos serviços de telefonia, aumentando a velocidade na transferência de dados e permitindo, por exemplo, a transmissão de programas de TV. "Como você pode dar um instrumento extremamente moderno para as empresas se elas vão, na verdade, desviar todo o investimento que fariam no meio rural para sofisticar os serviços nos grandes centros?", questionou.

Segundo Costa, esse é um assunto que tem que ser bem discutido, e a decisão não será exclusivamente técnica, terá de considerar também aspectos sociais. A interferência de Costa nas decisões da Anatel causou polêmica na semana passada, quando ele anunciou que editará uma portaria para anular uma licitação da agência sobre licenças para a exploração de serviços de internet de banda larga sem fio (WiMAX).

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