Volks desiste do projeto de exportação Fox Europa

O início das vendas do compacto Fox para a Europa, no ano passado, foi visto como uma nova etapa da indústria automobilística brasileira. Pela primeira vez, um carro desenvolvido no Brasil seria vendido em volume significativo para aquele continente. O projeto da Volkswagen era exportar 100 mil unidades ao ano para vários países europeus. Passado pouco mais de um ano desde o lançamento em Copenhague, na Dinamarca, a montadora decretou o fim da exportação do Fox Europa.

O presidente da Volkswagen, Hans-Christian Maergner, disse que o câmbio valorizado acabou com a competitividade do veículo. "A matriz alemã vai substituir o Fox pelo Polo que será fabricado na Rússia em 2009." O carro brasileiro é vendido por cerca de 10 mil euros, mas deixou de ser atraente para os consumidores da região.

Nos próximos três anos, o envio de Fox será reduzido gradativamente. Este ano devem ser exportadas 60 mil unidades, no próximo serão 30 mil e em 2009 as últimas 7 mil unidades.

A fábrica do ABC paulista produz só a versão européia, que exigiu investimentos de R$ 99 milhões. A unidade do Paraná concentra a produção para o mercado interno, América Latina e parte destinada à Europa. Para obter aval da matriz para produzir o Fox, a Volks do Brasil disputou com outros países. Até o presidente Lula fez coro com trabalhadores do ABC para que a fábrica ficasse com o projeto.

Na lista de exigências, a Volks incluiu a construção de um terminal só para veículos no Porto de Santos. O pedido foi atendido em maio, quando a Santos Brasil inaugurou o Terminal de Exportação de Veículos (TEV). A empresa gastou R$ 40 milhões na obra.

O presidente da Santos Brasil, Wady Jasmin, disse não temer que o TEV opere com ociosidade, pois outras montadoras utilizam o terminal. Segundo ele, atualmente o porto despacha 9 mil carros por mês.

Outras montadoras apontam a política cambial e altos custos de produção no Brasil como responsáveis pela suspensão de vendas externas. A GM perdeu contrato de 25 mil Corsas e Astras que iriam para a Venezuela, Equador e Colômbia, mas encontraram preços melhores na Coréia. Só em unidades desmontadas, a GM deve reduzir as vendas em 30% este ano. Outro contrato de 12 mil Merivas para o México saiu do Brasil e foi para a Espanha.

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