O titular da Delegacia de Homicídios do Rio, Roberto Cardoso, afirmou ontem pela primeira vez que ‘uma série de indícios leva a crer’ que a cabeleireira Adriana Almeida ‘seja a mentora’ do assassinato do ganhador da Mega-Sena, Renné Senna, com quem era casada. Adriana e outros cinco acusados de participação no crime estão presos. O último suspeito, o motorista Edney Gonçalves Pereira, se entregou ontem à polícia e negou participação no crime.
Cardoso assumiu a investigação do caso há uma semana e faria ontem o reconhecimento do local do crime, na cidade de Rio Bonito. "Tudo gira em torno da herança, do dinheiro", disse o delegado. "Era ela (Adriana) quem dava as cartas, quem fazia os pagamentos na casa. Houve várias demissões depois que ela se juntou a Renné, inclusive de parentes dele." A cabeleireira contratou o ex-PM Anderson da Silva de Souza para chefiar o novo grupo de seguranças. Souza foi acusado de ser o autor do crime em uma ligação para o Disque-Denúncia. Segundo o delegado, após ser demitido Souza teria afirmado que invadiria a fazenda de Senna para se vingar.
Em operação de busca e apreensão na casa de Souza, a polícia encontrou envelopes com propostas de segurança privada, que indicam o eventual envolvimento do ex-policial com milícias. A suspeita é investigada pelo delegado. Em um dos envelopes havia o nome de um PM amigo de Souza, que foi ouvido ontem por Cardoso. "Avançamos muito", comentou.
Motorista da prefeitura de Niterói e perito criminal, Pereira se disse indignado com a acusação e afirmou que, no momento do crime, trabalhava na obra de uma farmácia em São Gonçalo. "Estão me acusando de uma coisa que não existe. Não tenho medo de nada porque não devo nada." Ele trabalhou por dois meses para Senna, como motorista e segurança. "Eu fui demitido porque não sou policial.