Virgílio aponta “incoerência” de Lula sobre dossiê

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), apontou nesta sexta-feira (13) uma série de "incoerências" na posição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com relação à compra do dossiê contra os tucanos. A síntese de todas elas, na sua opinião, é o fato de Lula se declarar "ansioso" em saber quem arquitetou a operação, sem ter tomado nenhuma providência para chegar a verdade. No entender do líder, se estivesse falando a verdade, bastaria a Lula questionar seu ex-assessor pessoal Freud Godoy, o seu churrasqueiro Jorge Lorenzentti, o ex-secretário do Ministério do Trabalho Oswaldo Bargas e os outros petistas envolvidos.

A negativa em agir de forma convincente é, de acordo com Virgílio, prova de que Lula "está e sempre esteve a par" da transação que, se tivesse dado certo, poderia eleger seu candidato Aloizio Mercadante (PT) ao governo de São Paulo. "Pois eu lhe digo, presidente, ou foi o senhor ou foi gente bem próxima quem arquitetou essa monstruosidade do dossiê", afirmou. "E quem executou foi esse bando de amigos seus, a começar pelo então presidente de seu partido, Ricardo Berzoini, passando pelo diretor do Banco do Brasil, Expedito Veloso, pelo assessor de Mercadante Hamilton Lacerda e pelo tal do Freud Godoy.

Para o líder, os fatos são "claros e consistentes": "Foi essa gente, presidente Lula, quem executou o plano imoral, custeado com dinheiro público ou com dinheiro do crime organizado ou, para sermos equânimes, possivelmente custeado, em parte, pelo dinheiro público e, em parte, pelo crime organizado". Segundo Virgílio, Lula deveria "olhar nos olhos da Nação e responder se tem mesmo alguma dúvida sobre a trama do dossiê".

Arthur Virgílio também apontou "contradições" da parte do presidente, quando afirmou em entrevista à imprensa que acredita na inocência de apenas um dos envolvidos, o ex-assessor Freud Godoy. Mas não faz o mesmo com Valdebran Padilha, do PT de Mato Grosso, e com os demais investigados pela Polícia Federal. "Pergunto, e os demais, seriam culpados? Explique isso, presidente, antes que eu tenha de recorrer ao outro Freud, o da Psicanálise", ironizou.

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