Viagem de Chávez a Brasília causa surpresa na própria Venezuela

A viagem inesperada do presidente venezuelano, Hugo Chávez, a Brasília, onde desembarca hoje por volta das 22 horas, causou surpresa na própria Venezuela. Fontes consultadas pela Agência Estado em Caracas disseram que Chávez teria saído insatisfeito de Quito, onde nesta quarta-feira foi oficializado o grupo “Amigos para Venezuela”.

Chávez queria uma ampliação do grupo, com a inclusão de outros países, como França, Rússia, China, Argélia e Arábia Saudita. Em declarações ontem (quinta-feira) em Nova York, depois de um encontro com o secretário-geral das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, Chávez deixou claro que o grupo de países amigos deveria ser ampliado e disse ainda que não aceitará antecipar eleições, enquanto não seja feita uma reforma constitucional que permita definir um calendário eleitoral democrático e igualitário para todos, inclusive para ele.

Ao ser indagado sobre a proposta do secretário-geral da Organização de Estados Americanos (OEA), César Gaviria, de antecipar o referendo revogatório para maio ou junho, o presidente venezuelano declarou desconhecer essa proposta e emendou: “Não se trata de que o doutor Gaviria tenha feito alguma proposta, porque ele está trabalhando dentro da Comissão Tripartite Internacional (governo, oposição e OEA) como ‘facilitador’ na mesa de discussões, mas não como mediador. Esse é seu papel”, disse Chávez.

De acordo com o presidente, Gaviria é seu “convidado” em Caracas e não está como membro de uma missão enviada pela da OEA.

“Temos de lembrar que Gaviria foi convidado por este servidor, por escrito, e ele está trabalhando na Venezuela a título pessoal. Não como um enviado da OEA, isso precisa ficar claro”, acrescentou Chávez em Nova York. Em dezembro, Gaviria transmitira essa mesma posição de “facilitador” e não de mediador ao enviado especial do presidente Luís Inácio Lula da Silva, Marco Aurélio Garcia.

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