Verão da discórdia

Mais um lance na movimentada refrega entre o PMDB e o PT paranaenses. O deputado Dobrandino da Silva, presidente do diretório estadual peemedebista, botou a boca no trombone e desancou o ex-aliado de primeira hora, dizendo com todas as letras que o PT organizou uma quadrilha para roubar o Brasil.

Acusação tão grave quanto aquela verberada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sobre uma especificidade da ética petista até agora inteiramente desconhecida dos eleitores brasileiros.

Acossado pelos representantes do PT na Assembléia Legislativa quanto às declarações publicadas num jornal editado na região Norte, Dobrandino não apenas as confirmou como ameaçou tornar públicas as informações que diz possuir sobre contratos viciados de publicidade, patrocinados pela Hidrelétrica de Itaipu.

O bate-boca é indício esclarecedor da dificuldade momentânea de entendimento entre os partidos com vistas à eleição de outubro. O PMDB diz que terá candidato próprio à Presidência da República e, em contrapartida, o PT responde que seguirá caminho similar no Paraná. O senador Flávio Arns já fala como candidato em potencial.

É, pois, inviável a priori a aliança que elegeu Requião e foi replicada nas campanhas frustradas de Vanhoni à Prefeitura de Curitiba. Pelo excesso de calor que produz, ao invés da iluminação necessária das idéias em momento tão conturbado, a discussão poderá despertar algumas múmias que repousam em seus sarcófagos.

Nessa contingência, perdem todos e o Paraná mais ainda.

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