Ventos de até 120 km/h provocaram estragos em praticamente todo o Estado, entre a noite de quarta-feira e a madrugada de ontem. Somente a região Noroeste não registrou estragos devido ao temporal. Doze municípios, principalmente do Oeste, Sudoeste e Norte do Estado, foram os mais atingidos. Mais de seiscentas casas foram atingidas e 1.500 pessoas afetadas. Houve destelhamento de casas, quedas de árvores, interrupção no abastecimento de energia e de água. Em Dois Vizinhos foram atingidas 183 casas. Cinco delas ficaram destruídas. Mais de quinhentas pessoas foram atingidas, entre elas 23 desalojadas e dezessete desabrigadas. Em uma escola de Cascavel as aulas foram suspensas até a próxima segunda-feira.
Os ventos fortes que atingiram Dois Vizinhos, no Sudoeste, na quarta-feira, causaram problemas em sete bairros da cidade atingindo várias casas e destruindo outras. Segundo informações da Defesa Civil, os ventos chegaram a atingir 120 km/h. Também houve danos no abastecimento de energia elétrica e de comunicações. Mas ontem a situação já estava normalizada.
Em Toledo, no Oeste, o vendaval também causou vários estragos. Foram atingidas 134 residências. Uma delas foi destruída, o problema afetou 410 pessoas e feriu levemente uma. Também houve danos ao abastecimento de energia elétrica.
Em Francisco Beltrão, no Sudoeste, os ventos fortes começaram às 18h de quarta-feira atingindo seis bairros. Foram afetadas 390 pessoas, com danos em 128 casas e quinze prédios públicos. Houve interrupção no sistema de abastecimento de energia elétrica.
Já em Irati, nos Campos Gerais, o temporal começou por volta das 19h de quarta-feira. Houve queda de árvores e a Defesa Civil utilizou cinco bobinas de lona plástica para cobrir as casas. No total, 88 residências foram atingidas, mas não houve desabrigados.
Aulas suspensas
Em Cascavel, no Oeste, houve dois vendavais, um às 18h20 de quarta-feira e outro à 0h20 de ontem, com ventos entre 80 e 100 km/h. Vários bairros foram atingidos, afetando 165 pessoas e danificando cerca de setenta casas. A força dos ventos também quebrou e arrancou árvores em vários pontos da cidade. No centro, semáforos foram danificados. No bairro de Interlagos, a Escola Municipal Francisco Vaz de Lima teve um bloco, com oito salas de aula, totalmente destelhado. As aulas foram canceladas até segunda-feira (17). A cidade também ficou sem água devido a falhas no abastecimento de energia elétrica e a grande quantidade de sujeira nos rios, prejudicando a captação. Ontem a situação estava se normalizando. A cidade vizinha de Corbélia também teve o abastecimento de água prejudicado.
Em Pranchita, Coronel Vivida, Bom Jesus do Sul, Apucarana, Isabel do Oeste e Londrina, também foram registrados estragos. Em Curitiba, segundo informações do Corpo de Bombeiros, durante a madrugada foram registradas cerca de dez ocorrências. Foram chamados relacionados a quedas de árvores, um outdoor arrancado e uma casa, em construção, destelhada.
Segundo o meteorologista Cézar Gonçalves Duquia, do Instituto Tecnológico Simepar, o evento ocorreu devido a passagem de uma frente fria. Nesta época do ano, as variações bruscas no clima são consideradas normais.
785 mil ficaram sem eletricidade
Os transtornos do vendaval se refletiram nos serviços de eletricidade. O temporal deixou postes quebrados, trechos inteiros de rede de distribuição destruídos por queda de árvores e cerca de 785 mil unidades consumidoras desligadas por diferentes períodos de tempo. Em todo o Estado, são pouco mais de 3 milhões de ligações elétricas, mantidas pela estatal.
A Copel mantém equipes mobilizadas diante das previsões de que o fenômeno venha a se repetir.
Os efeitos do vendaval começaram a ser sentidos pela população paranaense ainda nas primeiras horas da tarde de quarta, quando desligamentos em sete linhas alimentadoras afetaram 28 mil unidades consumidoras na capital. Como não houve comprometimento de estruturas, a normalização aconteceu em pouco tempo.
Parte da Região Metropolitana de Curitiba foi bastante atingida, nos municípios de Colombo, Pinhais, Piraquara e Quatro Barras. Os danos deixaram sem eletricidade, por algumas horas de quinta-feira, cerca de 50 mil residências.
Explosão
Além dos danos às redes elétricas decorrentes do vendaval, uma pane num equipamento auxiliar da subestação elevadora da Usina Parigot de Souza, no município de Antonina, deixou todo o litoral paranaense no escuro por 26 minutos. Um transformador de corrente explodiu às 20h15 de quarta-feira, provocando um desligamento geral que prejudicou os serviços às 107 mil unidades consumidoras situadas no eixo Paranaguá a Guaratuba. Os reparos necessários ao restabelecimento da energia foram concluídos com rapidez, mas as causas da ocorrência estão sendo investigadas pela Copel.