Vejas os principais pontos da mensagem de Palocci aos petistas

O ministro da Fazenda, Antônio Palocci, se reuniu hoje com a bancada do PT no Congresso. Durante reunião hoje à tarde, Palocci disse que governo seguirá um modelo econômico que não quebre o País. A seguir, os principais pontos da mensagem de Palocci:

Contratos

“O nosso diretório aprovou (honrar contratos), disputamos com essa proposta e ganhamos as eleições. Aí se fala em romper contratos, que, com esse apoio popular, seria hora de dar uma traidinha… Veja bem, é difícil discutir nesses termos. Ou retoma o programa e debate se estamos ou não cumprindo o programa ou fazemos um seminário sobre a reflexão que fizemos. Se acertamos ou erramos, inclusive se acertamos ou não em ter ganho as eleições. Para alguns, parece não ter sido o ideal.”

Juros e inflação

“Não conseguimos sair do debate que nos puseram na cabeça que é central para o país. Eu não acho que é central para o país a taxa de juros. Durante oito anos nos disseram que a taxa de juros era tudo. De certa forma fomos atrás desse debate. Ou nós somos conscientes de que é preciso em conjunto um processo para o país ou vamos ficar presos ao debate que de certa forma nos impuseram. Se não for assim, a política monetária vai continuar presidindo o nosso governo.”

Governo FHC

“Falar que estamos fazendo a mesma coisa que o governo anterior significa que não estão vendo os números. O país quase quebrou em outubro. O risco país foi para 2.400, a inflação explodiu, o dólar disparou chegando a R$ 4. Essa é a situação de hoje? Eles quebraram o país. Entregaram o país com uma dívida impagável, uma situação de absoluta insolvência. Estamos justamente fazendo uma operação para ver se nós saímos dessa em que fomos metidos no ano passado. O juro é alto? Juro é alto até onde a inflação é baixa. Quando a inflação explode os juros ficam baixos.”

Ajuste

“O ajuste que estamos tentando fazer no Brasil é para fugir dessa grande arapuca em que o país foi metido ao longo do período, mais no final do ano e entregue com o argumento que o governo (anterior) construiu de que não eram os fundamentos da economia, mas o risco enorme era o PT, o mercado e o mundo assustados. Esse discurso era de quem já tinha perdido completamente o caminho das coisas. Os números mostram isso, não é avaliação política do PT.”

Novo modelo

“Não podemos fazer sob o aspecto da ruptura. Estou seguro, absolutamente seguro de que estamos no caminho certo e os números mostram isso. Não gostaria de brigar contra fatos, que normalmente não dão bons resultados. Fato que reduzimos o câmbio, o risco país, reduzimos a exposição do país, que coloca os riscos nas alturas, a relação dívida com o PIB. Na crise era de 63%, está em 56%. O trabalho é nosso, político, afirmando determinação de seguir uma política justa e para mudar o país, não para manter as coisas como estão. Nós mudamos o país em um curtíssimo espaço de tempo. Os números mostram isso. Nós não agravamos o debate na transição. Não agravamos porque a conta vinha para nós em dólar. (…) Aqui se debate… está tudo bem… por que não muda tudo? Tudo bem, não. O país está na breca. Os dados são de possibilidade quebra imediata.”

Mudar câmbio

“Se nós tivermos nosso processo político baseado numa visão focada de política monetária, fiscal, juros e câmbio, acho que vamos nos arrebentar. Nós não fomos eleitos para melhorar a política cambial. Alguém diz, mexe no câmbio. Você quer que eu faça o que com o câmbio? Eu não tenho dólar para vender. Se tivesse, venderia para ajudar o Brasil. O que é controlar o câmbio? É fazer o que a Argentina fez? Alguém diz que não se fez nada contra o câmbio. Alguém tem uma medida? Não conheço mecanismo capaz a não ser o mecanismo forçado, como fez a Argentina, como fez FHC e no final explodiu. Pagamos em dólar o preço disso.”

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