Vedoin vai depor sobre senador do PSDB na CPI dos Sanguessuga

A CPI dos Sanguessugas voltará a ouvir na quarta-feira o empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, um dos sócios da Planam principal empresa da máfia das ambulâncias. A comissão de inquérito decidiu convocar novamente Vedoin depois que o empresário incluiu o nome do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) entre os supostos beneficiários do esquema das "sanguessugas". Esta será a terceira vez que a CPI toma o depoimento de Vedoin.

"Temos de saber o motivo do Vedoin não ter revelado isso antes. Por isso teremos de ouvi-lo para ele esclarecer qual a razão de não ter declarado em juízo o nome do senador", disse hoje o presidente da CPI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ). Segundo ele, o senador tucano só será notificado depois que a comissão ouvir Vedoin. "Vamos trazer o Vedoin para ver se ele tem algo mais a acrescentar. Se ele não tiver, vamos pedir que ele fique calado", afirmou o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).

Em entrevista à revista Veja, Vedoin disse que Antero Paes de Barros se entendeu com o pai dele, Darci Vedoin, e chegou a negociar R$ 40 mil de propina, por intermédio do deputado Lino Rossi (PP-MT), encarregado de cooptar parlamentares para a máfia no Congresso. "Meu pai conversou pessoalmente com o senador, que era o líder bancada do Estado. O acordo era para a totalidade das emendas da bancada, que somavam R$ 3,8 milhões. Antero apresentou R$ 400 mil e tínhamos de dar R$ 40 mil de comissão. Ele pediu para passarmos o dinheiro diretamente para o Lino Rossi, que, naquele tempo, era do mesmo partido que ele. Todos ali tinham consciência do que estava sendo feito", afirmou o empresário.

O senador tucano admitiu que esteve com Darci uma vez no Congresso, mas disse que jamais tratou desse assunto. "Nunca passou pela minha cabeça que parlamentar cobrasse propina por ambulância. Vou interpelar judicialmente o Lino Rossi para que ele diga quando, onde e de que forma me deu R$ 40 mil." Antero acusa o governador mato-grossense Blairo Maggi (PPS), candidato à reeleição, de ser o patrocinador da acusação e afirmou que vai processar Vedoin. Ele estranhou que seu nome venha à tona agora, uma vez que nunca houve qualquer referência nos depoimentos anteriores.

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