O delegado Benedito Antônio Valencise, de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, afirmou, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, que, com base em documentos e no que foi dito pelo advogado Rogério Tadeu Buratti, quando foi preso na cidade, fica comprovado o envolvimento do então prefeito e atual ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e do ex-prefeito Gilberto Maggioni (PT) no esquema de superfaturamento dos serviços de varrição de ruas do município e no desvio de licitação pública.
Valencise disse que Buratti, ex-assessor de Palocci na prefeitura, afirmou que o esquema começou em 2001, quando o ministro da Fazenda estava na segunda gestão na administração municipal. O esquema seria coordenado por Palocci e pelo dono da Leão Leão, Luiz Cláudio Leão.
O delegado disse ainda que, pelo número de envolvidos, é impossível admitir que ele não soubesse o que ocorria. "Em relação ao prefeito, é evidente a participação, tanto do primeiro (Palocci) como do segundo (Maggioni), tendo em vista tratar-se de um esquema muito grande, envolvendo muitas pessoas", afirmou. "Portanto, não é possível que tenha ocorrido por conta de funcionários subalternos." Valencise previu que os dois inquéritos abertos sobre o esquema deverão ser concluídos dentro de 60 dias e que, em princípio, os acusados deverão ser enquadrados por formação de quadrilha, peculato e crime contra a Lei das Licitações.