Vale do Rio Doce pode distribuir US$ 400 milhões em dividendos

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) irá pagar no mínimo US$ 400 milhões em dividendos este ano para os seus acionistas. O anúncio foi feito hoje (30) pelo diretor financeiro da mineradora, Fábio Barbosa, e segue a nova política de dividendos, que estabelece um prazo até 31 de janeiro de cada ano para que a empresa fixe um piso de remuneração a ser concedida aos acionistas, mesmo que a Vale não registre lucro no período.

O executivo explica que o novo sistema, inédito na América Latina, leva em conta a geração de caixa e não o lucro. O dividendo corresponde a U$ 1,04 por ação e será pago em duas parcelas iguais, a primeira em 30 de abril e a outra em 31 de outubro.

No ano passado, a remuneração do acionista ficou em US$ 589 milhões, montante superior ao programado pela mineradora para este ano. Se ao longo de 2003 for detectada melhora da companhia poderá haver uma distribuição adicional de dividendos.

Barbosa destaca que o valor mínimo do dividendo é compatível com o volume de investimentos previstos para 2003, de US$ 1,8 bilhão, anunciado na semana passada. ?Há boas perspectivas para o futuro e estamos otimistas?, disse Barbosa, ressaltando que, mesmo que esse nível seja mantido, já significa um retorno de 4% em dólar para o investidor, ?o que fica bem em qualquer comparação com outros investimentos?, afirmou. ?Este ano vamos investir o dobro do ano passado, mas nosso fluxo de caixa vai refletir dividendos compatíveis com esses investimentos.?

Os US$ 400 milhões fixados como piso não levou em consideração o cenário positivo esperado para o mercado de minério de ferro este ano. Segundo ele, o valor foi estipulado com base no cenário do final de 2002, mas a perspectiva é de que o valor do dividendo aumente com o crescimento do mercado de minério.

O diretor acredita que a Vale acompanhe o ritmo de recuperação do mercado transoceânico de minério e cresça de 4% a 5% este ano, impulsionado principalmente pelas vendas para a China. Hoje, a Vale já responde por 16% das importações de minério feita pelas siderúrgicas chinesas.

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