Usineiros vão pedir aumento do preço do álcool

Ribeirão Preto – O setor sucroalcooleiro pediu oficialmente, no início desta semana, uma nova e urgente reunião com o governo federal para discutir o mercado de álcool, de acordo com fontes do setor. Usineiros temem que haja um desabastecimento pontual do combustível, em virtude do teto imposto pelo acordo firmado na reunião de 11 de janeiro, que fixou em R$ 1,05 o preço do litro nas usinas durante a entressafra.

Além do consumo interno, que segue aquecido mesmo após os aumentos do início do ano, exportações estão sendo feitas a uma média de R$ 1,15 o litro do álcool. A diferença de preço entre os dois mercados estimulou as vendas externas e contribuiu com o aumento na demanda. Na prática, os usineiros vão pedir uma flexibilização no teto imposto no acordo como forma de segurar o consumo e vão garantir a produção de 850 milhões de litros de álcool entre março e abril, como forma de antecipação da safra 2006/2007, a ser iniciada em maio. Com isso, o preço do álcool poderia ter novos reajustes, que conteriam o consumo interno, e voltaria a recuar já a partir do próximo mês, com o abastecimento se normalizando.

Como o problema é mercado, a reunião não foi solicitada ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, e sim a outro ministro próximo ao presidente da Luiz Inácio Lula da Silva. A resposta ainda não foi dada. A União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica) foi procurada para comentar o assunto, mas não quis se manifestar. A entidade informou, no entanto, que já está coordenando com suas associadas a produção de 850 milhões e litros de etanol no Centro-Sul entre março e abril. Um questionário foi enviado a cada unidade produtora para que fossem fornecidas as previsões de moagem e produção do combustível no período. Os dados estão sendo compilados e na próxima semana, numa reunião em São Paulo com todas as usinas e destilarias da Unica, deverá haver o planejamento da safra.

Enquanto isso, o mercado do álcool segue travado durante esta semana. Pequenas distribuidoras, que não fazem contratos longos com usinas ou tradings, continuam dispostas a pagar acima dos R$ 1,05 pelo álcool a ser repassado aos postos. Com isso, alguns negócios acabam realizados acima do teto, pressionando o preço do combustível.

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