União Européia já prepara estratégia pós-Fidel para Cuba

A União Européia (UE) adverte: irá condicionar a volta de um diálogo político com Cuba à liberação de presos políticos na ilha. Um funcionário de alto escalão da Comissão Européia revelou à Agência Estado que o bloco já começa a preparar uma política para Havana em uma eventual substituição do comando do país diante da situação de saúde de Fidel Castro. Mas as exigências ao novo comando do país serão as mesmas que Bruxelas faz hoje a Castro.

"Não iremos dizer quem preferimos como presidente de Cuba. Isso é um assunto interno do país. Só vamos deixar claro que estamos abertos a ter um diálogo político com quem seja a autoridade cubana e eventualmente ajudar o país em uma transição. Mas a liberação de presos políticos é algo que terá de ocorrer se Havana e Bruxelas querem ter relações normais. Isso será um posição da Europa incondicional e que não leva em conta quem está no poder", afirmou o funcionário.

Na realidade, as relações entre a Europa e Cuba já começaram a ser repensadas antes mesmo dos problemas de saúde de Fidel Castro. O objetivo da UE é o de garantir que Cuba possa seguir pelo caminho de uma democratização pacífica. Em junho, os chanceleres dos 25 países do bloco pediram que uma nova política fosse pensada para a ilha.

Mas, diante da situação, diplomatas reconhecem que os trabalhos foram acelerados e que já trabalham na elaboração de um plano que pode ser anunciado antes do final do ano. Um encontro entre ministros de Relações Exteriores dos 25 países da UE ocorrerá dia 1º de setembro, na Finlândia, e o tema certamente fará parte da agenda.

Os princípios da estratégia são aceitos por todos: a manutenção do diálogo com o governo e com a oposição para uma democratização pacífica de Cuba. Mas formada por países que há pouco mais de dez anos deixaram o regime socialista, como Polônia, República Checa e Hungria, a UE pode se ver dividida no estabelecimento de medidas mais duras para uma Cuba pós-Fidel caso a democracia não seja instaurada.

Alguns dentro do bloco querem sanções reais contra a ilha, política semelhante à de Washington. Já um outro grupo dentro da UE, liderado pelo governo espanhol de José Luis Rodriguez Zapatero, prefere não falar em sanções.

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