Apesar de favorável à Reforma Universitária, a União Nacional dos Estudantes
(UNE) faz ressalvas ao projeto. A principal reivindicação é a criação de um
Plano Nacional de Assistência Estudantil que auxilie o aluno, depois de entrar
na universidade, a permanecer no ensino superior e que melhore as moradias
estudantis e os restaurantes universitários.
O anteprojeto atual prevê a
reserva de 75% dos tributos pagos com educação para uso no próprio setor. Ao
plano de assistência ao aluno seriam reservados 4% desse total. "Não se pode
pensar em Reforma Universitária sem pensar num plano de permanência do estudante
no ensino superior", explica o presidente da UNE em Brasília, Leandro
Cerqueira.
A UNE também reivindica a expansão de vagas nos cursos
noturnos das instituições públicas de ensino e a participação igual nos
conselhos das universidades de alunos, professores e funcionários. A proposta
atual prevê que professores tenham participação maior nos
conselhos.
Leandro ressaltou que, no âmbito das faculdades privadas, é
preciso que haja uma lei das mensalidades que não puna o aluno inadimplente e
criticou o conservadorismo das instituições contrárias à reforma. "Não vamos
abrir mão de um novo rumo para a educação brasileira e tenho certeza que os
setores que são contra a reforma vão ter de engoli-la", diz.
Outros
pontos do anteprojeto, de acordo com a UNE, que precisam ser melhor discutidos
são a realização de conferência nacional de educação, eleições diretas para
reitor e a reserva de 50% de vagas, por curso e por turno, para estudantes
oriundos das escolas públicas, com cotas para afrodescendentes e indígenas.


