Uma terra em que ninguém morre

paciornik290306.jpgA história da medicina em Curitiba se confunde com a história de vida de Moisés Paciornik, 68 anos de profissão. Só no hospital administrado por ele, nasceram 60 mil curitibanos. Mais do que isso, o médico foi o responsável por disseminar o parto de cócoras, uma prática indígena, entre os brancos. "Quando comecei a medicar, Curitiba tinha apenas 220 mil habitantes. O calçamento se restringia ao centro da cidade", conta em tom nostálgico. Daquela época, ele se recorda que a maioria das pessoas se conhecia e tinha um ponto de encontro: a Rua XV. "Era um verdadeiro salão social, com seus cafés e as matinês de domingo", conta.

No entanto, ele conta que nem tudo eram flores. Quando chovia, o que não é incomum em Curitiba, o barro tomava conta de tudo. Na medicina, a dificuldade era grande, já que no início do século, não existiam antibióticos. "Uma vez doentes, as pessoas demoravam a melhorar. E a disseminação de venereologias era grande", diz o decano. Muitas mulheres também tinham problemas no útero e foi justamente desenvolvendo um trabalho de pesquisa nas comunidades indígenas que o médico curitibano descobriu os benefícios do parto de cócoras e o trouxe à civilização.

Passados tantos anos, Paciornik continua trabalhando com a medicina e elogiando a cidade em que nasceu e escolheu para passar o resto da vida. "Antigamente havia uma crença indígena de que Curitiba era uma terra onde ninguém morria, devido ao clima, já que não havia insetos e malária. A cidade tem um clima bom, sem muito calor", diz. A longevidade do médico mais famoso da cidade pode estar confirmando a tal teoria.

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