Um terço dos softwares comercializados em todo o mundo em 2004 era de origem pirata, de acordo com um estudo encomendado pela Business Software Alliance (BSA) ao grupo de pesquisas IDC. Os dados da pesquisa, divulgada nesta segunda-feira em parceria com a Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes), apontam que os gastos neste segmento totalizaram US$ 59 bilhões no ano passado enquanto seriam necessários aproximadamente US$ 90 bilhões para equipar toda a base instalada de compu tadores do planeta.

continua após a publicidade

O levantamento estima ainda que, considerada a evolução do problema nos últimos anos, a proporção de software pirata no total comercializado deve atingir dois terços do total, em um período de cinco anos. Até lá, empresas e consumidores individuais devem gastar algo em torno de US$ 300 bilhões em software, dos quais US$ 200 serão adquiridos por meio de distribuição ilegais. "A cada três softwares vendidos no mundo, um é de origem pirata. E isso significa um prejuízo de quase US$ 30 bilhões por ano", afirmou o consultor jurídico da BSA, André de Almeida.

O presidente da Abes, Jorge Sukarie, acrescentou que a questão da pirataria está cada vez mais próxima da sociedade, deixando de ser um problema da indústria ligada a este segmento. "Estamos falando de um mal que não é nocivo apenas à indústria mas também à sociedade", disse Sukarie, ressaltando que a pirataria de software está geralmente relacionada a outras atividades criminosas. "Estamos diante de uma luta de poderes difícil, mas este é um trabalho que precisa ser feito."

Apesar de apontar uma perspectiva de avanço da pirataria o estudo mostrou uma leve redução desse problema no âmbito global em 2004. No final do ano passado, 35% dos softwares comercializados em todo o mundo eram pirateados, abaixo dos 36% registrados um ano antes. Pela primeira vez, a região mais afetada foi a América Latina, que obteve um índice de 66%, em comparação a 63% em 2003.

continua após a publicidade

A média dos países europeus que não integram a União Européia foi a segunda mais alta, alcançando 61%. Em seguida vieram Oriente Médio e África (58%) e Ásia e Pacífico (53%). A União Européia ficou com o segundo menor índice, com 35%; e os Estados Unidos obtiveram a melhor colocação, com 22%. Se considerados os países avaliados pela pesquisa, 34 deles registraram queda no índice, enquanto 37 deles registraram queda. Em mais da metade dos países avaliados, essa taxa ficou acima de 60% e em 24 deles super ou 75%. Somente um terço deles tiveram um resultado inferior a 50%.

Apesar da queda do índice global, os prejuízos gerados pela pirataria encerraram o ano passado em alta em todas as regiões. A União Européia foi a que registrou o maior avanço, passando de perdas da ordem de US$ 9,786 bilhões em 2003 para US$ 12,151 bilhões no ano passado. A Ásia e Pacífico passaram de US$ 7,553 bilhões para US$ 7,897 bilhões; América do Norte, de US$ 7,243 bilhões para US$ 7,549 bilhões; Europa (desconsiderados os países da UE), de US$ 1,937 bilhão para US$ 2,313 bilhões; América Latina, de US$ 1,262 bilhão para US$ 1 546 bilhão; e Oriente Médio e África de US$ 1,018 bilhão para US$ 1,239 bilhão.

continua após a publicidade