Por ordem do desembargador Napoleão Maia, do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Pernambuco, todos os presos na Operação Fox da Polícia Federal (PF) – incluindo 8 prefeitos de municípios de Sergipe, Bahia e Alagoas suspeitos de envolvimento em desvio de verbas repassadas pelos ministérios da Saúde e da Educação – foram soltos ontem à noite, depois de prestar depoimentos na sede da PF em Maceió

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Os prefeitos foram indiciados pelos crimes de fraude à Lei de Licitações, formação de quadrilha, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, peculato, advocacia administrativa, violação à Lei de Licitações, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro (ocultação de bens)

Em 2005 e nos primeiros seis meses deste ano, os prefeitos captaram R$ 34, 67 milhões da União para empregar na área de educação – capacitação de professores e aquisição de material didático -, afora verbas da saúde destinadas aos programas Farmácia Básica e Endemias. A suspeita é que todo esse montante teria sido desviado. A PF não descartou a hipótese de parlamentares também terem sido beneficiados pelo esquema

Outras 27 pessoas, entre empresários, contadores e servidores, foram capturadas pela Operação Fox, força-tarefa que mobilizou 350 policiais, inclusive 70 delegados de todo o País, além de 8 procuradores da República, 30 auditores da Receita e 16 técnicos da Controladoria-Geral da União. Das 35 prisões, 32 ocorreram em Sergipe. Seis prefeitos detidos são do Estado – três do PFL, um do PL, um do PPS e um do PSB. A PF investiga 12 municípios sergipanos. Foram presos um prefeito de Alagoas e um da Bahia

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A Operação Fox, desencadeada a partir de uma investigação de mais de dois anos realizada pelo Ministério Público Federal em Sergipe, compreendeu buscas em 62 endereços, onde foram recolhidos documentos, notas fiscais e CPUs

Em fevereiro de 2004, o procurador Paulo Gustavo Guedes Fontes abriu a apuração e requereu à Justiça Federal interceptação telefônica dos investigados. O desembargador Napoleão Maia determinou sigilo sobre os resultados da operação e proibiu a divulgação da identidade e imagens dos prisioneiros

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A investigação mapeou quadrilhas atuando junto às prefeituras sergipanas de Siriri, Rosário do Catete, Cedro de São João, Nossa Senhora do Socorro, São Domingos e Poço Verde, além das prefeituras de São Braz (Alagoas) e Pedro Alexandre (Bahia)

Segundo a PF, empresários e funcionários das prefeituras montavam procedimentos licitatórios fictícios, superfaturavam compras de medicamentos e forneciam notas fiscais para desvio de verbas.