Transgênicos: já chega a 1.000 o número de caminhões parados no PR

Mais de mil caminhões carregados com soja já estão parados em 28 barreiras sanitárias nas fronteiras do Paraná. Os caminhoneiros estão impedidos de entrar no Estado enquanto não apresentarem certificado que comprove que a mercadoria não é transgênica.

O secretário da Agricultura e vice-governador, Orlando Pessuti, disse que a idéia é proibir a entrada de sementes transgênicas. Segundo o secretário, a medida se baseia na lei federal n.º 10.688,que estabelece que, para se comercializar a safra de soja colhida no ano de 2003, terá quer ser apresentado certificado informando se o produto é ou não geneticamente modificado.

As filas são maiores no posto de Jacarezinho, divisa com São Paulo, onde estão caminhões vindos do Mato Grosso, e em Guaíra e Diamante do Norte. Em Guaíra, onde choveu muito hoje pela manhã, o trânsito está congestionado devido à fila com 50 caminhões carregados de soja. Os caminhoneiros aguardam que suas empresas tomem as providências cabíveis.

No posto de fiscalização em Ourinhos, cidade paulista na divisa com o Paraná, caminhoneiros parados há quatro dias ameaçam furar a barreira ou despejar a soja na estrada.

A Assembléia Legislativa do Paraná aprovou, no último dia 14, substitutivo que proíbe o plantio, a comercialização e a industrialização de soja transgênica no Paraná até 31 de dezembro de 2006. Também está proibida, durante o mesmo período, a exportação de soja transgênica produzida por outros estados ou países pelos portos de Paranaguá e Antonina. Este projeto já está no Palácio Iguaçu e deve ser sancionado na próxima segunda-feira (27).

A proposta tem recebido apoio dos agricultores. Um abaixo-assinado em favor da proibição dos transgênicos foi entregue ao governo com a assinatura de 435 integrantes da Jornada Paranaense de Agroecologia, que agrega o Fórum das Organizações dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais do Centro-Sul do Paraná e a Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (ASPTA).

O Fórum Nacional das Entidades de Defesa do Consumidor, composto por 21 associações civis de defesa do consumidor de 14 estados, também manifestou apoio à proibição da comercialização de transgênicos. A entidade é membro da “Consumers International”, que reúne 250 associações em 115 países, e da Associação de Defesa e Orientação do Cidadão ? Adoc -, entidade criada em 1976.

Segundo o governador Roberto Requião, a proibição da soja transgênica no Paraná tem por objetivo proteger o mercado produtor, já que a soja não modificada geneticamente é universalmente aceita em todos os mercados. Outro de Requião é o risco de monopólio no setor, já que a empresa americana Monsanto detém 90% das patentes transgênicas do mundo.

(A foto que acompanha a chamada desta notícia é meramente ilustrativa e não diz respeito aos caminhões citados nesta matéria)

Voltar ao topo