Tráfico mata, expulsa ou coopta líderes comunitários no Rio

Nos últimos dez anos, cem líderes comunitários do Rio foram mortos por não aceitarem imposições do tráfico de drogas. Trezentos tiveram que sair das favelas e comunidades onde moravam e cerca de 400 foram cooptados pelas quadrilhas. Estes dados integram levantamento da Comissão contra a Violência e a Impunidade, da Assembléia Legislativa do RJ, iniciado há três meses, com base em testemunhos, informações da polícia e da imprensa.

?Estamos colhendo quantitativos e qualitativos, para saber as histórias desses líderes?, disse o presidente da Comissão, deputado Carlos Minc (PT), que promete a divulgação do resultado do levantamento para os próximos 20 dias. ?O universo com o qual lidamos é de cerca de 12.000 pessoas, que durante dez anos presidiram mil associações de moradores no Rio. O número de mortos, expulsos ou cooptados representa 7% desse total.?  

Minc ressalta que não se pode generalizar. Mas garante que a influência dos traficantes nas associações de moradores existe e é crescente. Os resultados do levantamento serão levados às autoridades de segurança pública e a organizações não-governamentais, igrejas e entidades que representam essas comunidades carentes. ?As associações não podem ser anuladas ou esvaziadas pelo tráfico?, afirma Minc.

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