O deputado Nelson Trad (PMDB-MS), que pediu a cassação do deputado José Mentor (PT-SP) no relatório aprovado pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, não quis fazer prognóstico sobre a votação do processo em plenário, prevista para hoje. O relator afirmou que o Plenário é soberano e disse acreditar que os deputados entenderão que não há motivação pessoal no relatório.

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Mentor avalia ainda que a decisão do Plenário não deve ser influenciada pela ausência do nome de Mentor na lista dos 40 denunciados pelo Ministério Público. Ele diferenciou o processo criminal, solicitado pelo procurador-geral da República, do julgamento ético da Câmara. "Não cabe à Procuradoria-Geral da República adotar procedimento sobre a conduta parlamentar. Aqui, punimos essas infrações como obrigação."

Acusação e defesa

No relatório, Nelson Trad acusa Mentor de receber R$ 120 mil do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, que teria atuado como "lobbista" do Banco Rural. O relator observou que, na época em que Mentor recebeu os pagamentos, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Banestado, da qual era relator, interrompeu as diligências envolvendo o Banco Rural. "Não podemos acatar essa promiscuidade", condenou Trad.

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Mentor recebeu os R$ 120 mil da empresa 2S Participações, pertencente a Valério e sua mulher. No entanto, o petista argumentou em sua defesa que recebeu o dinheiro como pagamento de três pareceres jurídicos elaborados por seu escritório de advocacia para o escritório Tolentino & Melo Assessoria Empresarial – que tem Marcos Valério como sócio. Mentor nega relação de Marcos Valério com o pagamento.