A fervilhante região da fronteira Brasil-Paraguai, mais exatamente localizada entre Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, tem-se constituído perene desafio para ambos os governos. Segundo contas feitas pela Receita Federal, a cada ano, entram no Brasil mais de R$ 5 bilhões em mercadorias contrabandeadas. Ocupação marginal arriscada que envolve cerca de 120 mil brasileiros.

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Grande parte desse tráfego ilegal de produtos, quase todos originários dos tigres asiáticos, entra no Brasil pela prosaica e quarentona Ponte da Amizade, inaugurada em 1965 pelos presidentes-generais Castelo Branco e Alfredo Stroessner.

Desde o final do ano passado a Receita e as polícias Federal e Rodoviária Federal intensificaram a fiscalização sobre o contrabando e a pirataria na fronteira entre os dois países. A fiscalização pegou também os chamados sacoleiros que vão comprar as mercadorias no lado paraguaio, várias vezes por dia, retornando com elas ao Brasil.

O limite de compras está em US$ 150 e todos defendem sua elevação para US$ 500, como fator de diminuição do contrabando. Também do lado paraguaio a fiscalização ficou mais rígida, incluindo a presença de soldados armados de metralhadoras acompanhando o trabalho do Serviço de Migrações.

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Este é um tema que freqüenta a agenda diplomática e comercial de ambos os governos há anos, infelizmente, empurrado com a barriga. Além de nocivo à economia, o contrabando poderá também desencadear graves ocorrências sociais numa região já estigmatizada pela ilegalidade.