O ginasta Diego Hypólito, o mais destacado brasileiro da modalidade, quer fazer história neste sábado (16), no Ginásio do Ibirapuera, com um elemento novo – um duplo twist carpado com uma pirueta – em sua apresentação no solo. Se der certo, a nova acrobacia poderá ser homologada pela Federação Internacional de Ginástica com o nome Hypólito e valor F (grau máximo de dificuldade).
O "frio na barriga" que Diego sente por mostrar a nova coreografia fica mais acentuado porque será o primeiro ginasta a entrar neste sábado no tablado, a partir das 16 horas, na Super Final da Copa do Mundo. A Band vai transmitir ao vivo, às 17 horas, e Diego pediu ao público para que não se atrase e chegue a tempo de ver sua série, que abre a programação do torneio de dois dias com os oito melhores ginastas do mundo em cada aparelho, de 25 países.
As finais deste sábado serão no solo, cavalo com alças e argolas, no masculino. No feminino, o Brasil ainda terá Laís Souza, no salto e Daiane dos Santos e Daniele Hypólito, nas barras paralelas assimétricas. No domingo, a partir das 14 horas, as provas serão salto, barras paralelas e fixa, no masculino, trave (com Daniele Hypólito) e solo (com Daniele, Daiane e Laís), no feminino.
Até ontem foram vendidos 2.500 ingressos para o sábado e 3.600 para domingo. Ainda há muitos ingressos (a capacidade é de 9.500 por dia) disponíveis e podem ser adquiridos nas bilheterias do Ibirapuera.
Nesta sexta, com a forte chuva que caiu em São Paulo, o teto do ginásio do Ibirapuera mostrou que ainda tem goteiras, mas para alívio dos organizadores elas estão apenas em cima das arquibancadas – a área do tablado escapou. A Confederação Brasileira de Ginástica empregou R$ 9 mil para tapar os buracos.
Diego não esconde que sempre fica nervoso por ser o primeiro, mas isso "é apenas mais um obstáculo", avalia. "O Diego é o rei do sorteio", brincou o técnico Renato Araújo. "Se for bem, joga a responsabilidade para os adversários. Se não, os outros podem até mudar a série", observa Renato, confiante de que Diego possa repetir os pódios da etapa da Copa do Mundo do Rio, em 2004, quando ganhou dois ouros, no solo e no salto. Em 2005, na etapa de São Paulo, com o pé quebrado não competiu.
"Ele está preparado e com uma série perfeita certamente pode ganhar o ouro", acrescenta o técnico, que está com Diego há 12 anos. Diego, campeão mundial (2005) e vice (2006) no solo, fez duas vezes o movimento Hypólito, mas não cravou na aterrissagem do salto, o que significaria perda de um décimo numa série que terá nota de partida 16,70. "Mesmo que houver um errinho, esse tipo de grau de dificuldade dá um outro ritmo à série, enriquece a apresentação. Se ele não ganhar o ouro, vai ficar uma pontinha de descontentamento porque a prova é no Brasil", diz Renato.
Os principais adversários são os canadenses Kyle Shewfelt, campeão olímpico em Atenas (2004) e medalha de bronze no Mundial da Dinamarca, este ano, e Brandon O’Neill, campeão pan-americano em Santo Domingo (2003). Diego não terá o romeno Marian Dragulescu, seu rival no último Mundial (ficou com o ouro), no solo. O atleta, o último a chegar a São Paulo, compete só no salto, domingo, como favorito absoluto. "É uma pena que ele não competirá no solo, é um atleta de alto nível." O técnico Renato informou que Diego tinha preparado uma série ainda mais forte para apresentar caso o romeno, com uma contusão na panturrilha da perna direita, estivesse na prova.
No salto, outra prova de destaque no dia, a brasileira Laís Souza medirá forças com a estrela dessa Super Final, a chinesa Fei Cheng, atual campeã mundial no aparelho. A russa Elena Zamolodchikova, campeã olímpica em Sydney (2000), também é uma das que vai brigar por pódio no salto.