O Ministério Público Estadual em Amparo pediu o desligamento do garçom Anderson Ângelo Gonçalves do Programa Estadual de Proteção a Testemunhas (Provita). Gonçalves, uma das testemunhas no caso da morte do prefeito de Campinas, Antonio da Costa Santos (PT), conhecido como Toninho, foi detido na última quarta-feira (25) por falso testemunho em depoimento à Promotoria no Fórum de Amparo.
Segundo informou o promotor André Luiz Bogado Cunha, o garçom disse que em 2002 foi impedido de depor em Campinas no caso Toninho por ter sido seqüestrado por um funcionário público de Amparo ligado ao PT e levado até um hospital da cidade, onde teria sido dopado. "Tivemos acesso aos prontuários médicos, onde ficou registrado que o garçom chegou ao hospital com uma cólica renal e foi medicado apenas com um analgésico", disse o promotor. "Há pelo menos quatro anos ele conta essa história, e no depoimento houve várias contradições", disse Cunha.
Toninho do PT morreu em 10 de setembro de 2001. "Esse moço vive às custas de benefícios dados pelo fato de ele ser uma testemunha. Ele vislumbrou um modo de sobreviver e se manter em evidência. Já pedi o desligamento dele do Provita", afirmou o promotor.
Para a viúva de Toninho, a psicóloga Roseana Garcia, Gonçalves deve ser investigado. "Solicitei mais de uma vez ao Ministério Público que investigue esse rapaz. Ele faz acusações contra muitas pessoas, mas não é um mentiroso patológico, um louco solitário. Ele é articulado e deve ter sido orientado por alguém", afirmou Roseana. O Estado não conseguiu falar com o advogado designado pela Justiça para defender o garçom.