Tarso Genro defende mudanças no modelo econômico

O ministro da Educação Tarso Genro, que deixará o cargo no dia 27 para assumir a
presidência do PT, defendeu há pouco, em Paris, mudanças no modelo de
desenvolvimento econômico do Brasil, sem que isso signifique ruptura com a
política que vem sendo seguida pelo país. "Neste momento vamos trabalhar pegando
a rigidez da macroeconomia como está e a partir disso vamos projetar para o
futuro para outro modelo de desenvolvimento", afirmou. Perguntado se isso
significaria um rompimento com a atual política econômica o ministro negou. "Não
significa romper. Significa projetar para o futuro. A questão de transição para
o modelo de desenvolvimento que gere distribuição de renda, inclusão social e
combate a desigualdade é ainda uma questão em aberto. Sempre defendi e vou
continuar defendendo", disse o ministro, que acompanha o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva na visita a Paris.

Tarso Genro admite fazer uma auditoria
nas contas do PT e disse que na próxima terça-feira (19) haverá uma reunião da
executiva do Partido, quando receberá um relatório das primeiras investigações
feitas pelo novo tesoureiro, José Pimentel. "Não é improvável que tenha que
fazer uma auditoria, se tiver alguma dúvida", afirmou. Ele prometeu estabelecer
uma relação mais previsível, menos espontânea e mais planejada do partido com o
governo, para que fique claro a separação entre o partido e o Estado. "Vamos
reformar o PT, afirmou Tarso Genro, ressaltando que pretende criar uma relação
nova entre as diversas alas internas, "evidentemente resguardando a democracia
que dá direito a uma determinada hegemonia, mas aproveitando melhor a
contribuição de setores que não governam o partido".

Entre esses setores,
Genro incluiu a esquerda do PT. "Vamos incluir todo mundo". Ele informou ta mbém
que serão criados mecanismos de controle interno que vão reorganizar a dívida do
partido e verificar os contratos que foram estabelecidos durante esse tempo. "Ao
que tudo indica não tinha o rigor que deveria ter um partido político, com a
responsabilidade do PT", admitiu.

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