Tarso e Berzoini negam preocupação com movimentação de Dirceu

São Paulo – Apesar da movimentação que o ex-deputado ex-ministro José Dirceu vem tendo nos bastidores políticos, tanto o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, quanto a direção nacional do PT negaram hoje que a atuação do ex-ministro-chefe da Casa Civil seja motivo de preocupação. Depois de ter seu mandato cassado e de ser acusado de chefiar uma "quadrilha" ligada ao mensalão, Dirceu vem participando de conversas com parlamentares e membros do governo levantando a suspeita de que estaria atuando como um articulador informal da campanha do presidente Lula.

Berzoini – que deve ser nomeado coordenador de campanha de Lula no próximo final de semana -, afirmou que Dirceu tem o direito de se manifestar como achar adequado e negou que o PT tenha alguma responsabilidade sobre as articulações. "O cidadão José Dirceu pode dizer o que bem entender", disse Berzoini. "Ele não fala em nome do PT, mas pode dizer o que quiser", acrescentou.

No início da tarde de hoje, durante um evento realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, o ministro de Relações Institucionais, Tarso Genro, jogou para o PT a responsabilidade de lidar com esse assunto. Genro afirmou esta "não é uma preocupação do governo", mas sim uma questão "que deve ser tratada na relação dele (Dirceu) com o partido".

Ontem, por exemplo, Dirceu aproveitou um evento no Rio de Janeiro para dizer que o fracasso da aliança com o PMDB aparece como um dos principais erros cometidos pelo PT. Ele também endossou a idéia de o próximo presidente da República enfrentará dificuldades para manter a governabilidade. Hoje mesmo, Genro tentou derrubar a teoria ao defender que a crise política pela qual o governo passou serve de prova de que não há riscos de uma quebra da governabilidade no País, seja quem for o próximo presidente da República.

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