Enquanto as outras presas do Centro de Ressocialização Feminino de Rio Claro almoçaram macarronada com frango, Suzane von Richthofen comeu frutas e uma minipizza de chocolate que seu tutor, Denivaldo Barni, levou no primeiro dia de visita. Ele chegou à penitenciária às 9h16, tendo nas mãos uma mala azul com alguns itens pedidos por Suzane – roupas, chocolate, "sua comidinha preferida", refrigerante e cigarro -, e só saiu às 15h45, quase no fim do horário de visitas

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Na primeira conversa após o julgamento, os dois fizeram um balanço do que ocorreu desde o crime e relembraram os momentos no tribunal. Segundo Barni, Suzane estava muito abalada e chorou até as 10 horas. "Ela se lembrou do pai, da mãe, de quando era pequena e o pai a trocava para ir para a escola", contou o tutor. "Lembrou do irmão e chorou. Está sentindo a falta dele, pois fazia tempo que ela não via Andreas, que está cabeludo e barbudo agora.

Sobre a condenação dos irmãos Cravinhos ela não fez nenhum comentário. "Ela se arrependeu de não ter quebrado as algemas que o Daniel enfiou nela. Ela ficou refém dele.

O tutor e os advogados de Suzane, Mauro Otávio Nacif e Mário Sérgio de Oliveira, terão uma reunião na terça ou na quarta-feira à noite, na qual podem discutir até um pedido de anulação do júri. Outra coisa já está certa: a defesa vai recorrer para reduzir a pena de 39 anos e 6 meses para 38 anos. "Também definiremos a lista de pessoas autorizadas a visitá-la." A jovem conversará hoje com a diretora do presídio para definir o trabalho que ela fará em uma das oito oficinas da cadeia

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Visitantes de outras detentas disseram que no período em que esteve no local, antes do julgamento, Suzane mantinha bom relacionamento com todas, mas nunca falava sobre o crime. Contaram que algumas presas já viram a jovem chorando e tendo pesadelos. O centro tem capacidade para 120 presas, que ficam em alojamentos com beliche. Elas acordam às 6h30, tomam café às 7 horas e meia hora depois já estão em uma das oficinas. Às 22 horas, todas voltam ao alojamento