Subnutrição infantil na Baixada Fluminense é igual à do Zimbábue

Na Baixada Fluminense, a infância corre perigo. Com índice mais de duas vezes superior à média do país, a desnutrição atinge 14% das crianças de 0 a 5 anos. Em alguns bairros, como Frigorífico, Nilópolis, as taxas superam 20%. Relatório do Centro de Informações e Dados do Estado mostra que outros 15% estão em risco nutricional. O trabalho é ponto de partida do Crescer, programa contra a desnutrição infantil coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento da Baixada, com órgãos públicos e representação comunitária.

Até agora, 30% das crianças de São João de Meriti, Nilópolis e Queimados foram pesadas e medidas. Do total de 23.843 crianças avaliadas, 3.283 estavam desnutridas e 3.511 em risco nutricional. As taxas são equivalentes às do Zimbábue, país africano que ocupa o 130º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU, no qual o Brasil é o 62º.

A largada para o combate ao problema foi dada pelo programa Mutirão de Combate à Desnutrição Materno-Infantil em São João de Meriti e Caxias, liderado pelo bispo dom Mauro Morelli. De dezembro do ano passado a fevereiro, 12% das crianças do município haviam sido pesadas por voluntários da campanha Criança Saudável, Criança Feliz.

Segundo a médica do Instituto de Puericultura e Pediatria da UFRJ, Sílvia Reis dos Santos, a desnutrição nem sempre é visível e mata por diarréia, pneumonia, dengue, gripe ou sarampo porque deixa a criança suscetível a infecções.

Hoje, além da avaliação nutricional, o Crescer ampliou a distribuição de vales de leite e óleo de soja para menores em risco ou já desnutridos. O trabalho inclui acompanhamento das crianças por profissionais de saúde. As informações colhidas estão sendo armazenadas por um programa informatizado que permite consulta e atualização de dados em cada posto de atendimento por bairro beneficiados.

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