A avaliação dos consumidores sobre a situação econômica atual do País sinaliza, em março, para uma desaceleração do crescimento econômico. A avaliação é do coordenador das sondagens conjunturais da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Aloisio Campelo, que comentou hoje os dados da Sondagem de Expectativas do Consumidor. O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 2,8% em março ante fevereiro, quando havia sido registrado recuo de 1 3% ante janeiro.

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Campelo mostrou que a avaliação sobre a "situação econômica local atual" dos consumidores entrevistados foi a pior captada pela série da sondagem, iniciada em setembro de 2005. Apenas 7 1% dos consumidores disseram que a situação é boa, enquanto 45 9% a consideraram ruim.

Segundo ele, esse diagnóstico dos entrevistados não é motivado por fatores não econômicos e sim pela oscilação nos indicadores de desempenho da economia. "Isso pode estar relacionado ao fato da economia não decolar com taxas mais altas e contínuas", observou.

Segundo Campelo, há um componente sazonal nessa piora da avaliação dos consumidores, já que tradicionalmente março é um mês em que já esfriaram as projeções otimistas do início do ano.

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Por sua vez, as expectativas dos consumidores para os próximos seis meses permanecem positivas, ainda que com alguma queda em relação a sondagens recentes. Apenas 6,4% dos entrevistados acreditam que a situação econômica vai piorar nos próximos seis meses – melhor indicador da série -, enquanto 31,5% avaliam que vai melhorar.

O porcentual dos que acreditam em melhora é menor do que o apurado em fevereiro (31,9%) e janeiro (34,8%). Ainda assim, para Campelo, "o patrimônio acumulado de otimismo não foi perdido". Em março do ano passado, por exemplo, apenas 28,4% dos entrevistados acreditavam em melhora da economia.

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O ICC em março ficou em 107,8, 2,8% inferior ao de fevereiro (110,9) mas um pouco superior a março do ano passado (107,1). "As expectativas estão num patamar relativamente alto, com um otimismo moderado olhando para o futuro", disse Campelo. Apesar do otimismo, ele avalia quer a sondagem sinaliza uma "desaceleração (da economia) em fevereiro e março, uma perda de fôlego da recuperação ocorrida no quarto trimestre do ano passado".