A produção atual de soja nos Estados Unidos, especialmente afetada pela instabilidade climática das últimas semanas no Meio-Oeste, onde estão os maiores produtores do país, é um problema que o Departamento de Agricultura (Usda) acompanha de perto, tendo em vista não somente a importância da cultura para a economia norte-americana, mas porque a mesma serve de equilíbrio entre a oferta e a demanda interna e mundial da oleaginosa.

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Embora não tanto quanto a soja, também o milho produzido no Meio-Oeste sofreu com a falta de chuvas na medida recomendável para essa época do ano – é verão no hemisfério Norte – e tal conjuntura fez com que as cotações de ambos os produtos subissem na Bolsa de Chicago. No caso da soja, os contratos para entrega em novembro atingiram o maior patamar desde maio de 2004. A mesma situação favorável passou a ocorrer com o óleo e o farelo.

Os estoques finais da soja norte-americana em baixa e as aparentes dificuldades em relação ao clima, segundo os analistas, são as causas principais da valorização do preço da soja na temporada 2007/08.

O Brasil terá a vantagem de prosseguir como dianteiro na exportação mundial do grão, mais uma vez superando os Estados Unidos, ao passo que a China ainda será o maior comprador, com um consumo estimado em 34,5 milhões de toneladas.

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O Usda calculou em 29,69 milhões de toneladas o total de embarques da soja brasileira na temporada, enquanto os Estados Unidos estimam embarcar para o exterior 27,76 milhões de toneladas. A Argentina deverá exportar 10,2 milhões de toneladas.

A condição brasileira é fruto do gradativo aprimoramento tecnológico colocado ao alcance dos produtores pelos órgãos de pesquisa, assistência técnica e pelo setor industrial. A expansão do mercado mundial deu espaço à organização em moldes consentâneos com a realidade do agronegócio, nos últimos anos, e até sofrer o impacto da desvalorização da moeda norte-americana e também os imponderáveis da instabilidade climática, um dos elos mais fortes da captação de divisas.

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Também a produção de cana será preponderante na safra atual, com a previsão de 415 milhões de toneladas feita pela corporação nacional da indústria de álcool e açúcar.