Sistema prisional de São Paulo entra em alerta para evitar rebeliões

O sistema prisional paulista voltou a entrar em alerta nesta segunda-feira (7) por causa dos ataques e da expectativa de rebeliões nesta semana. Embora não admitida publicamente, a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) adotou medidas para tentar impedir uma nova megarrebelião, como a de maio, quando 74 unidades enfrentaram motins.

Diretores de penitenciárias da capital e do interior cortaram as folgas programadas, assim como a saída de agentes para licença ou férias. A intenção é vigiar os detentos com atenção maior com objetivo de evitar que eles organizem os motins.

No Oeste Paulista, diretores de penitenciárias foram orientados a realizar blitze nos próximos dias, até o fim de semana, na tentativa de dificultar ou prevenir possíveis rebeliões.

Na Penitenciária 1 de Mirandópolis, 170 homens da tropa de choque da Polícia Militar e da SAP descobriram que o camping armado pelos presos no pátio do presídio também servia para esconder terra retirada de um túnel cavado numa das celas. Quando os PMs localizaram, o buraco estava com mais de 10 metros de extensão em direção à muralha. Além do túnel, três celulares e um estilete de ferro foram apreendidos na blitz, que durou mais de dez horas.

Diretores da SAP não conseguiram comprovar que a ordem para os novos ataques tenha partido do Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) de Presidente Bernardes, onde está preso o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola. Para eles, as maiores chances são de que as ordens tenham sido transmitidas para os militantes da rua por meio de visitas feitas na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, onde se encontram presos centenas de militantes do PCC.

Hoje, 40 detentos da P-1 de Mirandópolis começaram a ser transferidos. Os mais idosos e presos menos problemáticos foram os primeiros a deixar o pátio onde estão confinados desde 16 de junho. Com a transferência, que será concluída amanhã, restarão 1.034 detentos no local. Outra blitz foi feita na P-1 de Presidente Venceslau, onde os agentes encontraram cinco portas de celas serradas.

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