Simpatizantes de Chávez marcham pelas ruas de Caracas

As principais ruas e avenidas de Caracas foram cenário neste sábado de um novo embate de forças quando os partidários de Chávez marcharam para demonstrar que o governo conta com um importante apoio popular em momentos em que o mandatário considera suspender algumas garantias constitucionais.

Chávez advertiu sobre a possibilidade de declarar estado de exceção na Venezuela para sufocar a crise social e econômica que o país enfrenta devido a uma greve nacional convocada pela oposição, que completou hoje 34 dias, e frear a escalada de violência política.

A marcha pró-governo se realiza um dia depois que confrontos entre simpatizantes de Chávez e opositores provocaram a morte de duas pessoas e ferimentos em pelo menos 78. Duas das oito pessoas feridas em um tiroteio durante a marcha opositora morreram, confirmou hoje o comandante do Corpo de Bombeiros de Caracas, Jorge Briceno.

Embora ainda se desconheça os autores dos disparos, porta-vozes do governo citados pela agência ANSA disseram que os mortos eram chavistas.

“Os mortos eram nossos”, disse o líder governista Rafael Vargas, que acusou pelos assassinatos a Polícia Metropolitana dirigida pelo prefeito de Caracas, o opositor Alfredo Pena. Forças da Guarda Nacional e da Polícia Militar também patrulhavam as ruas durante os violentos confrontos da sexta-feira.

Os partidários de Chávez também disseram que a marcha deste sábado é um protesto contra a greve geral iniciada em 2 de dezembro e que mantém o país semiparalisado, incluindo a estatal Petróleos de Venezuela S. A. (PDVSA), obrigando o governo a importar combustível e provocando escassez de alimentos.

Portando bandeiras da Venezuela, cartazes de “Che” Guevara e boinas vermelhas – um dos símbolos de Chávez -, vários milhares de pessoas provenientes de vários estados marcharam pelas ruas da capital gritando consignas tais como “Ninguém pára a Venezuela” sob um calor sufocante.

“Esta é uma marcha para defender o que pertence a todos os venezuelanos?, disse Guillermo García Ponce, que dirige a organização governista Comando Político da Revolução. “Não vamos permitir que os conspiradores destruam a PDVSA como parte de um plano para derrubar um governo eleito pelo povo.”

Em meio às manifestações, o secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), César Gaviria, prossegue – sem resultados até agora – em seus esforços para negociar uma saída política para a crise. A oposião exige a realização de um referendo consultivo para, segundo garante, comprovar a antipatia dos venezuelanos pelo presidente Chávez e o obrigá-lo a renunciar.

Mas o governo bloqueou a dotação de fundos para a consulta popular até que o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) decida sobre sete impugnações apresentadas contra o processo que os governistas consideram ilegítimo, insconstitucional (por se antecipar ao prazo previsto pela Carta para sua realização) e ineficaz.

Diante dessa situação, a coalizão opositora Coordenadoria Democrática propôs a coleta pública de fundos para financiar o referendo. E o Conselho Eleitoral anunciou que fará a consulta popular com ajuda externa.

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