Setores do governo manipulam CPMI do Banestado, diz Barros

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Banestado no Congresso, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT), acusou hoje “setores do governo” de manipular o trabalho do grupo, com a finalidade de transformá-lo num “instrumento partidário para bisbilhotar pessoas e empresas”.

Em discurso da tribuna, Barros disse que isso explica o procedimento do relator, deputado José Mentor (PT-SP), de requerer, entre outros pontos, a quebra do sigilo de todas as operações de câmbio do Banco Central (BC), de 1996 a 2002, e dos inquéritos policiais federais criminais, trabalhistas e civis, abertos no mesmo período em 16 Estados, entre eles, São Paulo, Rio e Minas Gerais.

“As viúvas de Stalin entendem ser possível controlar o mundo a partir do PT”, ironizou, referindo-se ao líder soviético Iosif Vissarionovitch Djugashvili, mais conhecido como Josef Stalin.

“São estes setores que pretendem controlar a mídia, fazer retornar a censura, praticar o dirigismo intelectual e, claro, controlar a vida privada das pessoas.”

O presidente da CPI mista do Banestado do Congresso disse que a comissão conseguiu evitar que Mentor quebrasse o sigilo fiscal da Rede Brasil-Sul (RBS) de Comunicações e dos proprietários da empresa, a família Sirotsky, e que requisitasse um processo que envolvia a companhia porque foi alertado por parlamentares gaúchos de que estava arquivado a ação.

“Avisada, a comissão voltou atrás e cancelou a quebra dos sigilos da empresa e da família”, informou. Segundo Barros, nos debates sobre esse requerimento, teria surgido o verdadeiro motivo da devassa no grupo.

“É que a RBS havia feito uma reportagem sobre o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), e isso desagradou ao PT, que resolveu dar o troco, utilizando a CPI do Banestado”, afirmou.

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