Setor ameaça com desabastecimento de álcool se preço for mantido

No encontro de hoje (20), o setor sucroalcooleiro informou ao governo federal que é iminente a possibilidade de desabastecimento de álcool no País se o preço for mantido em R$ 1,05 por litro. O valor está previsto no acordo feito em janeiro entre governo e empresários, mas na semana passada o preço médio nas usinas superava R$ 1,07.

Em reunião do conselho da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), na semana passada, o setor não conseguiu fechar as contas de que conseguirá produzir 850 milhões de litros, ou mais de álcool, entre 20 de março e 15 de abril, o que evitaria um colapso no abastecimento de álcool no Centro-Sul do Brasil.

O presidente da entidade, Eduardo Pereira de Carvalho, foi quem deu a notícia ao governo federal. Para ele, o consumo do combustível no mercado não caiu com os aumentos de preços de dezembro e janeiro. Para piorar, as exportações, com o álcool a R$ 1,15 o litro, seguiam crescentes.

De acordo com um conselheiro da Unica, a situação criou polêmica até mesmo entre os diretores da entidade. Um dos maiores empresários do setor considerou que, admitir ao governo a quebra no acordo e ainda a falta de garantias de que a produção de álcool seria suficiente, seria "um tiro no pé" do setor, justamente quando a cana-de-açúcar vive um dos melhores momentos dos últimos tempos. Para piorar, a reunião hoje, realizada em Brasília, deveria ocorrer na última quarta-feira. No entanto, a ministra Dilma Roussef, irritada com o cenário, adiou o encontro.

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