São Carlos, SP – O pré-candidato a governador de São Paulo pelo PSDB, José Serra, disse hoje (04), em São Carlos, na região de Ribeirão Preto, que também está preocupado com a crise do gás natural entre Brasil e Bolívia e criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo fato. "Vejo com muita preocupação, inclusive pelo amadorismo com que o governo Lula levou isso", disse Serra.

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"A política externa envolve sempre interesses, não é só camaradagem." E acrescentou: "Acho que o governo foi amador ao longo de todo esse processo, mas não estou torcendo para o quanto pior melhor não, pois acho que agora a gente tem que ter uma posição unida para negociar, não só a continuidade do abastecimento como impedir que hajam preços abusivos, até porque o gás é muito importante para a Bolívia também."

Serra voltou a reafirmar que é candidato ao governo de São Paulo e não a presidente, condição que caberá a Geraldo Alckmin pelo PSDB. Para consolidar essa posição, ele até usou esse argumento para não comentar sobre a greve de fome iniciada por Anthony Garotinho.

Vantagem de governador

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"Uma das vantagens de ser candidato a governador e não a presidente é que eu não preciso ficar comentando o que o Garotinho faz ou deixa de fazer", desconversou Serra, rapidamente, sem dar brechas para outras questões envolvendo pré-candidatos à presidência da República. Mas alguns colegas tucanos, prefeitos e vereadores da região e até o deputado federal Lobbe Neto cometeram atos falhos, chamando-o de "presidente" num rápido encontro em São Carlos.

Os constantes ataques da petista Marta Suplicy, que fala em comparar sua gestão com a do tucano à frente da prefeitura de São Paulo, não abalaram Serra. "É normal, é o estilo deles (do PT), de não propostas, é errar quando estão no governo e atacar quando estão na oposição", comentou o tucano.

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Sobre a comparação entre as duas gestões na Capital, ele não se esquivou: "É legítimo, seria interessante fazer isso, mostrar até como nós recuperamos São Paulo a partir da situação de verdadeiro descalabro que a cidade foi deixada, mas isso já é antecipar as coisas, e eu quero fazer uma campanha positiva, voltada para São Paulo." Indagado sobre uma possível preferência por adversário petista (Marta Suplicy ou Aloizio Mercadante), disse que não teria, mas em seguida deixou a questão sem resposta. "Olha, até teria (preferência), mas não vou dar palpite", resumiu ele.

O tucano Serra informou que o seu plano de governo está em debate e pediu até sugestões aos colegas do partido. Mas o plano ficará pronto mesmo em junho. Sobre a pesquisa Ibope/Fetcesp (Federação das Empresas de Transporte de Carga do Estado de São Paulo), divulgada ontem (03), que o indicam como vitorioso em todas as situações, inclusive no primeiro turno, Serra voltou a demonstrar sua satisfação pelo resultado, mas enfatizando outra vez que é apenas uma "fotografia do momento", não o "filme da eleição".

"Na última análise o que interessa é o voto, essa é a pesquisa que decide, e estou falando à vontade porque estou muito à frente na pesquisa e nem por isso acho que já ganhei a eleição", explicou ele. "Para ganhar (a eleição) a gente vai ter que trabalhar bastante por todo o Estado e levar a nossa proposta de um governo popular, voltado às pessoas e às melhorias das condições básicas de vida, além de emprego, saúde e segurança", destacou o pré-candidato do PSDB. Amanhã (05), o tucano estará visitando São José dos Campos.