Seqüestrador do empresário Abílio Diniz volta para prisão

Fortaleza, 23 (AE) – Único brasileiro a participar do seqüestro do empresário Abílio Diniz, em dezembro de 1989, o cearense Raimundo Rosélio Costa Freire, está de volta à prisão. Desta vez, ele é acusado por tráfico e associação para o tráfico de drogas (pena de três a dez anos). Ele e o professor José Helton Cunha Sales foram presos em flagrante, ontem (22), com quase dez quilos de cocaína e 13 gramas de maconha em um sítio na Praia de Barro Preto, no litoral leste do Ceará. Os dois estão recolhidos na Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal.

Parte da droga, embalada em pacotes, estava no carro do professor. O restante foi encontrada no esgoto dentro da cozinha do sítio onde Freire estava hospedado. Além da cocaína, foram encontradas na propriedade uma arma com munição e uma balança.

Rosélio Freire foi condenado a 28 anos pelo seqüestro do empresário Abílio Diniz e passou dez anos na prisão. Ele teve a pena reduzida para 17 anos depois de fazer greve de fome. Desde abril de 1999, estava em liberdade condicional, morando em Fortaleza.

O advogado dele, Jean Michel Ribeiro, disse que a sociedade não perdoa o fato de ele ter um passado. De acordo com Ribeiro, Freire apenas estava hospedado no sítio e não tem nenhum envolvimento com o tráfico de drogas. O advogado vai pedir a transferência de Freire da carceragem da Polícia Federal para a cadeia de Aquiraz (na região metropolitana de Fortaleza).

O seqüestro de Diniz, dono do grupo Pão de Açúcar, teve repercussão mundial, em 1989. Dele participaram, além de Freire, nove estrangeiros: dois canadenses, dois argentinos e cinco chilenos. Os seqüestradores alegaram, na época, que a ação tinha fins políticos e que queriam dinheiro para financiar a guerrilha em El Salvador.

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