Senador pede para presidente do BC deixar o cargo

O presidente da CPI do Banestado, que investigou a evasão de divisas do País, senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT) pediu hoje (8) ao presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, que ,"em um gesto de grandeza, faça o que o presidente Lula não tem coragem de fazer e deixe o cargo".

"As denúncias contra Meirelles são graves, ele deve explicações ao Brasil que não serão silenciadas pela tentativa do governo em fingir que está tudo bem". Antero disse que, "em qualquer país sério", uma denúncia como a que o procurador-geral da República, Cláudio Fonteles, fez contra o presidente do BC, seria motivo mais do que suficiente para afastá-lo do cargo. "E já se vão alguns dias e nem Meirelles tem dignidade para pedir demissão e nem o governo brasileiro tem a coragem de demiti-lo", lembrou. "O senhor Meirelles está mais sujo do que pau de galinheiro".

Em vez de demitir o presidente do BC, lembrou Antero, o governo tratou de blindar Meirelles conferindo-lhe status de ministro. "Foi uma fantasia que reforçou a imagem do PT como o coveiro da ética, é o partido do abafa". O senador disse que se estivesse tranqüilo com relação às denúncias de que é alvo, Meirelles não teria de se esconder da imprensa, como vem fazendo.

Segundo ele, o "ridículo" da situação ficou claro na notícia divulgada quinta-feira à tarde pela Agência Estado, de que "foi montada uma operação de guerra para sua retirada, com segurança e até bombeiros da Brigada de Incêndio". Antero lembrou que ele não terá "como requisitar esse pessoal para ajudá-lo a se esconder, quando atender ao convite para comparecer à Comissão de Fiscalização e Controle do Senado". "E é bom lembrar que, se recusar, o convite será transformado em convocação", alegou.

O senador matogrossense foi o terceiro a engrossar o coro esta semana pela saída de Henrique Meirelles. O líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM) , foi o primeiro a se manifestar, seguido do aliado do PMDB, Pedro Simon (RS).

A defesa do presidente do Banco Central foi feita pelos petistas Sibá Machado e Tião Viana, ambos do Acre. Sibá disse que Meirelles tem a total confiança do governo federal, "do PT e quero acreditar que dos demais partidos de sustentação do Planalto", afirmou. Viana protestou contra o "pré-julgamento" que Antero estaria fazendo do dirigente do BC "e isso só deve ser feito pela Justiça", argumentou.

"Acreditamos na sua inocência, ele tem ajudado demais nosso País".

Outra filiada do PT, a senadora Fátima Cleide (RO), limitou-se a defender do partido que, acredita, teria dado uma demonstração de ética ao respeita a independência do Ministério Público. "E ele foi eleito pelo PSDB de Goiás e não pelo PT", justificou, deixando claro que há divergências no partido quanto à permanência de Meirelles no cargo.

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