Selic pode cair um ponto, diz ex-diretor do Banco Central

São Paulo – Na opinião do ex-diretor do Banco Central e sócio-diretor da Mauá Investimentos, Luis Fernando Figueiredo, há espaço para um corte maior de juros na reunião do Copom de março. "Temos condições para corte de 1 ponto porcentual, mas é difícil dizer se o BC vai decidir isso", avaliou, em entrevista à Agência Estado. Segundo ele, o Brasil poderá testar um nível de taxa real de juro bastante mais baixo. Ele acredita que a continuidade dos cortes da Selic poderá levar gradualmente, o juro real a 5% ou 6% ao ano.

Sobre o câmbio, Figueiredo acha que as intervenções devem continuar e que o ponto de equilíbrio do real poderá ser atingido tão logo os juros caiam mais. "O BC tem se esforçado para diminuir o passivo líquido. (…) Ele vai continuar com as intervenções. Não acredito que o BC saia totalmente do mercado", disse.

Segundo ele, no entanto, o BC pode ter exagerado com suas atuações. "O BC deu carga muito grande à questão cambial e deixou de dar na mesma intensidade na política monetária. Hoje o custo disso é bem maior que benefício", avaliou. Mas como Figueiredo acredita que os juros devem se manter em queda, esse mix deve alcançar maior equilíbrio nos próximos meses.

O ex-diretor do BC elogiou ainda a Medida Provisória 281 de desoneração de impostos para estrangeiros. Segundo ele, com a MP o spread de papel atrelado a preços caiu 2 pontos. "Isso é economia fiscal na veia", disse.

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