Um homem foi detido pela Polícia Militar depois de ter sido denunciado por abuso sexual contra uma passageira dentro de um ônibus que fazia a linha Santa Cândida-Capão Raso. O caso ocorreu nesta sexta-feira (8), em frente à Praça Oswaldo Cruz, na Avenida Sete de Setembro. Tanto o rapaz como a vítima foram levados ao 12.º Batalhão da PM. Como negou ter cometido o crime, o suspeito assinou um termo circunstanciado e foi liberado logo em seguida.

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Em depoimento divulgado no Facebook do projeto Humans of Curitiba, a vítima acusa o suspeito de ter apertado as nádegas dela. “Eu me assustei, por alguns instantes fiquei travada, trêmula, não conseguia falar”, descreveu a mulher, de 33 anos. Segundo ela, depois disso o rapaz ainda conseguiu se esfregar em uma outra passageira do ônibus, que estava lotado.

Ainda de acordo com o relato, ao ver que o rapaz continuava molestando passageiras, a vítima reagiu. “Fui e dei dois tapas na cara dele e gritei para todos o que estava acontecendo”, disse.

O motorista do ônibus, então, travou as portas do veículo. A Polícia Militar disse que foi abordada na Avenida Sete de Setembro por pessoas que relataram a situação. Ao entrarem no ônibus, os policiais encontraram o suspeito imobilizado por um passageiro.

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À polícia, o rapaz negou ter cometido o crime. A vítima que denunciou o caso nas redes sociais disse que a outra garota molestada não quis prestar depoimento.

Discussão

A denúncia registrada pela curitibana nesta sexta se encaixa dentro de uma grande discussão desencadeada há algumas semanas sobre agressões sexuais no transporte coletivo.

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Apesar de recorrente, a prática ganhou notoriedade depois que o ajudante geral Diego Ferreira de Novais, 27 anos, foi preso em São Paulo por ejacular em uma mulher dentro de um ônibus na Avenida Paulista. Ele foi solto logo em seguida porque o juiz José Eugenio do Amaral Souza considerou que a atitude de Novaes “não causou constrangimento, tampouco violência ou grave ameaça”. Menos de uma semana depois, o homem foi detido novamente por atacar outra mulher em um coletivo na Avenida Brigadeiro Luís Antônio.

Na quarta-feira (6), a Justiça de São Paulo condenou Novais a dois anos de prisão em regime fechado por crime contra a dignidade sexual. A pena se refere a um ataque cometido por Novais contra uma estudante universitária em um ônibus também na Avenida Brigadeiro Luís Antônio, na região central de São Paulo, em 2013.

Novais, que alega ter problemas mentais, soma 17 crimes sexuais em sua ficha criminal, e o fato de ter várias prisões relaxadas anteriormente voltou a suscitar um debate em torno da lei contra crimes sexuais, de 2009. Muitas pessoas consideram esse e qualquer outro tipo de ataque sexual como estupro e, portanto, exigem menos impunidade e penas maiores aos criminosos.