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A Polícia Civil abriu inquérito para apurar um suposto caso de abuso sexual que teria sido cometido por um motorista de Uber em Curitiba. A professora de inglês Amanda Caroline Goulart Ramos, 27 anos, alega ter sido vítima ao voltar de uma festa para sua casa, na madrugada da última segunda-feira (30 de outubro).

Ela contou à Tribuna que participava de um jantar agradável entre amigos, regado a boa comida, boas conversas e algumas taças de vinho. De acordo com ela, o álcool ingerido durante aquela noite deixou turvas as suas lembranças. A residência, próxima à casa da mãe dela, Rosemery Ramos, fica no bairro Água Verde. Segundo o relato da professora, na hora de ir embora, por volta de 1h30 da madrugada, os amigos dela – notando que a moça não estava em condições de dirigir – resolveram levá-la de carona até a casa da mãe. Mesmo assim, Amanda quis voltar pra casa, e solicitou uma corrida pelo aplicativo Uber.

A partir deste ponto, conforme ela, as lembranças se tornam “flashes”. Amanda afirma se recordar do momento em que o rapaz, com o pênis para fora da calça, a puxou para o banco de trás do carro, no momento em que estacionou o carro para deixá-la em casa. “Ele me puxava no escuro e eu só lembro de sentir dor. Me debati muito. Eu estava sonolenta, meio inconsciente”, afirma.
Na manhã seguinte, ao levantar, Amanda começou a se recordar de alguns momentos. Ao notar sangue em suas partes íntimas, quando foi ao banheiro, ela decidiu contar à sua família o ocorrido. “Para nós, foi terrível. Registramos boletim de ocorrência e solicitamos o exame médico para comprovar que ela tinha sido abusada”, afirma a mãe Rosemery. O caso foi atendido pela Delegacia da Mulher, e segue sob investigação.

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Em entrevista à Gazeta do Povo, o rapaz confirmou que atendeu a jovem durante a madrugada, mas alegou que em nenhum momento teria abusado dela. Ele disse ter ficado preocupado ao ver seu nome divulgado numa denúncia desta gravidade. Ele acionou um advogado que deve acompanhar o caso. “Eu jamais faria isso. Meu trabalho é extremamente profissional”, afirmou.

Segurança

Publicada nas redes sociais, a história provocou revolta entre usuários do aplicativo. Por meio de nota, a Uber informa que baniu o suspeito da rede de motoristas e que todos os motoristas passam por uma verificação de segurança antes de terem acesso à plataforma. Isso inclui a checagem em bases de antecedentes em todo o Brasil. O aplicativo sustenta que se utiliza de recursos, em todas as etapas da viagem, para garantir a segurança dos usuários. Como exemplo, a Uber afirma que ao longo do trajeto, é possível, por exemplo, compartilhar em tempo real e com qualquer pessoa, o caminho e o horário de chegada.

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“Acreditamos na importância de combater, coibir e denunciar casos de assédio e violência. Quando algo nesse sentido é reportado, o motorista é desativado. A Uber também realiza campanhas e organiza seminários aos motoristas parceiros sobre o respeito à mulher”, ressalta.

A Polícia Civil confirmou a instauração de inquérito para apurar a situação, mas salientou que mais detalhes não serão fornecidos para não atrapalhar o andamento das investigações.