Concurso

Problema de falta de funcionários na Polícia Científica continua mesmo com contratações

Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

O governo do Paraná deu posse, nesta terça-feira (24), a 170 servidores que vão atuar na Polícia Científica – que congrega o Instituto Médico-Legal (IML) e o Instituto de Criminalística. A contratação, no entanto, pouco vai amenizar a defasagem crônica de efetivo da corporação. É que outros 132 funcionários estão de saída – eles foram integrados via Processo Seletivo Simplificado (PSS), mas os respectivos contratos vencem no fim de agosto.

O número de concursados empossados é bem menor dos que os 439 solicitados em maio à Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) pelo então diretor da cPolícia Científica, Hemerson Bertassoni. Na ocasião,ele alertou que sem essas contratações o órgão poderia se ver obrigado a suspender o atendimento em 14 de suas 18 unidades em todo o Paraná. Na ocasião, a Polícia Científica tinha 218 servidores concursados – além dos PSS –, enquanto o número de vagas previstas por lei é de 1.478.

A contratação

A posse dos 170 concursados foi anunciada pelo governadora Cida Borghetti (PP) como a maior contratação da história da Polícia Científica. Segundo reportagem divulgada pelo governo, entre os contratados estão 70 médicos legistas, além de auxiliares de perícia e auxiliares de necropsia.

“Estes 170 novos profissionais, que aguardavam há algum tempo este chamamento, vão incorporar as estruturas do IML do Paraná”, disse a governadora, no material divulgado pelo governo.

Os recém-empossados não assumem imediatamente as respectivas vagas. Segundo o próprio governo, eles vão frequentar um curso de formação com duração de 100 horas e só depois disso é que serão distribuídos às unidades do IML. “O sistema de perícia do estado terá mais qualidade na prestação de serviço”, afirmou o diretor-geral do IML, Paulino Pastre.

“Elas por elas”

O presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Paraná (Sinpoapar), Alexandre Brondani, considera que a contratação deve trazer pouco alívio ao IML e nenhum impacto ao Instituto de Criminalística. Ele destaca que, considerando os 132 PSS que vão deixar a corporação, as contratações vão representar um aporte de 40 servidores: número bem menor do que os 439 solicitados pelo ex-diretor da Polícia Científica.

“Vai ficar elas por elas”, resumiu Bertassoni. “Por isso, a gente vai continuar o trabalho junto ao governo, no sentido de que tenhamos a nomeação de novos peritos”, completou.

Impacto

Uma das consequências da defasagem é que a fila de materiais para serem periciados se estende cada vez mais. Hoje há mais de 134 mil vestígios aguardando perícia – que são usados como provas científicas em investigações e que são determinantes na elucidação e comprovação de crimes.

Só na seção de Computação Forense do IC de Curitiba, há 17,5 mil aparelhos – como celulares, tablets, HD’s e notebooks – aguardando para serem periciados. O departamento, no entanto, só conta com sete peritos para fazer esse trabalho. Em outras sessões, os materiais aguardando perícia também se amontoam. No setor de balística, por exemplo, há mais de 10 mil cartuchos e de três mil projéteis aguardando análise técnica.

“É imprescindível que tenhamos mais peritos para atender a demanda de laboratórios, principalmente em Curitiba e em Londrina. Sem isso, é impossível dar conta do volume de trabalho”, destacou Brondani.

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