Os policiais civis do estado do Paraná podem organizar uma greve geral por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (17), em compasso com a paralisação dos professores estaduais, segundo o Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol-PR). A categoria fez diversas consultas pelo interior do estado nos últimos dias e alinhará os pontos da paralisação em assembleia geral nesta sexta-feira (14), às 18h30, em Curitiba. Entre os policiais do interior, a paralisação já foi aprovada.

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A Polícia Civil tem cerca de 4,3 mil integrantes em todo o estado e já se encontra em estado de greve desde o último mês de julho, quando foi realizada uma assembleia permanente da categoria.

Se a paralisação for aprovada, os serviços de flagrante e de homicídios, considerados emergenciais, serão mantidos normalmente. De acordo com o Sinclapol, a adesão deve girar em torno de 70% de todo o efetivo – os outros 30% cuidarão das demandas urgentes.

“Se fala que a greve é ilegal porque a Polícia Civil é um grupo armado. Mas estamos em estado de greve desde julho. Já estamos praticamente com os 30% efetivos há um bom tempo”, explica André Luiz Gutierrez, presidente do sindicato.

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As reivindicações da greve são contrárias ao pacote de emendas da Lei de Diretrizes Orçamentarias (LDO) do governo do Paraná que afetem o cumprimento da data base em janeiro de 2017. Na terça-feira (11), o governo suspendeu a tramitação das emendas. Mesmo assim, os professores estaduais aprovaram a greve.

Em junho de 2015, depois do pacotaço de reajuste nas contas, o governo fechou um acordo pelo qual se comprometeu a reajustar os salários dos servidores estaduais em janeiro de 2017, repondo os índices de inflação e acrescentando um percentual de 1% de adicional de data-base relativo à compensação dos meses não pagos do ano de 2015.

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Paralisação de agosto

No começo de agosto, os policiais civis do Paraná realizaram a última grande greve contra o governo do estado. De acordo com o Sinclapol, à época, em diversas delegacias os policiais civis são obrigados a trabalhar até 80 horas semanais, quando a atribuição legal é de somente 40 horas. Outra promessa que não teria sido cumprida pelo governador Beto Richa (PSDB) é a de que os policiais não cuidariam dos presos das carceragens de delegacias. Hoje, o Paraná abriga dez mil detentos que continuam sob vigilância dos policiais.

Além disso, a categoria reclama da falta de efetivo. Nem todas as 512 delegacias do estado tem um delegado. Segundo o Sinclapol, são apenas 414 delegados trabalhando atualmente. Ademais, o efetivo dos escrivães está em 745 para 1400 vagas; o dos investigadores é de 2.881 para 4.395 vagas; e o dos papiloscopistas é de 317 para 500 vagas.