Caso polêmico

Médica Virgínia terá a chance de se defender sobre mortes no Evangélico

Foto: Átila Alberti

Pontualmente às 13h30, a médica Virgínia Soares de Souza chegou para audiência no Tribunal do Júri, acompanhada do advogado Elias Mattar Assad, que carregava uma mala com o processo em que ela e outras sete pessoas são acusadas de eutanásia contra pacientes que estavam internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico. Depois dessa etapa, o juiz deve decidir se eles irão ou não a júri popular.

Virgínia não quis dar entrevistas antes de entrar no Tribunal, na tarde desta quinta-feira (14). Essa é a primeira vez que a médica é ouvida, desde que o Ministério Público apresentou denúncia contra as oito pessoas que trabalhavam no hospital por homicídio qualificado e formação de quadrilha, no início de 2013.

“O interrogatório é um ato de defesa. Hoje é o dia da explicação técnica. Ela sempre disso no curso do processo que apenas praticou atos de medicina intensiva e estamos aqui para responder todas as indagações nesse sentido”, afirmou o advogado de Virgínia. “O Ministério Público provou que morreram pessoas naquela UTI, mas morrer não é crime. Matar é crime, e isto o MP não conseguiu provar”, complementou.

Sobre o laudo feito por um médico especializado em UTIs a pedido do MP, que apontou que a equipe de Virgínia aplicou doses excessivas de sedativos e analgésicos em pacientes que morreram na unidade, Elias afirmou que ‘existe apenas a perícia oficial‘, que, segundo ele é ‘boa para a defesa‘ – referindo-se ao laudo oficial feito pelo perito do IML.

O advogado disse não acreditar que o juiz determine que a médica seja julgada pelo júri popular. A audiência desta quinta pode se estender até amanhã. Depois disso, o MP e a defesa ainda vão apresentar as alegações finais. A expectativa é que a decisão do juiz aconteça em cerca de três meses.