Maníaco

Marido forjou suicídio de professora para escapar da polícia

Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook

O Inquérito Policial que investigava a morte da professora Adriana Cristina Cazon dos Santos, de 43 anos, encontrada morta em sua residência no dia 23 de julho, no bairro Atuba, em Curitiba, foi concluído pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). As investigações resultaram no pedido de prisão preventiva de Nelson Rogério Prado, de 43 anos, marido da vítima, aceito nesta quarta-feira (22). Ele é suspeito pelo crime de feminicídio e foi detido, temporariamente, um dia após o crime.

De acordo com a Polícia Civil, Adriana foi encontrada morta em circunstâncias que levavam a crer que ela teria cometido suicídio, por ter um objeto enrolado no pescoço. No entanto, alguns indícios apontaram para um homicídio, porque a vítima tinha lesões grandes na cabeça e sulcos encontrados em seu pescoço, não compatíveis com suicídio por enforcamento. A hipótese foi confirmada pelo laudo pericial.

Além disso, Nelson se apresentou na delegacia um dia após o crime, na esperança de não ser preso em flagrante, já que o prazo para tal é de 24h. No entanto, um mandado de prisão temporária havia sido expedido contra ele, que foi detido durante sua apresentação.

“Ele deixou o local, mesmo orientado a permanecer, até a conclusão do trabalho pericial, alegando que iria a um pronto socorro, fato este que não ocorreu” revelou a delegada Sabrina Alexandrino, responsável pelo caso. “Por todas essas circunstâncias, foi solicitada a prisão temporária de Prado como suspeito do crime, ainda na noite do fato, e hoje revertida para preventiva”, completou.

Na delegacia o suspeito permaneceu em silêncio durante seu interrogatório, o que, conforme a delegada, causa estranheza, já que se fosse inocente ele tentaria explicar sua versão da história. Durante as investigações foram ouvidas várias testemunhas e alguns aparelhos celulares também foram analisados, onde foi possível constatar que, na manhã do dia do crime, o casal havia brigado por conta de uma suposta traição por parte da vítima.

“Ela e o rapaz se corresponderam por um período, por meio de um aplicativo. Ele é morador de São Paulo e eles nem se conheciam pessoalmente. De qualquer forma, não tira o caráter hediondo de ao invés de tomar as providencias legais, como se separar, achou que a vítima era propriedade dele a ponto de tirar a vida”, ressaltou.

Violento

Ainda de acordo com a polícia, algumas testemunhas relataram que Nelson era violento, extremamente controlador, agressivo e ciumento. Em um dos diversos episódios de violência contra a esposa, ele teria tentado estrangular Adriana. A polícia ainda ficou sabendo de uma suposta tentativa de atropelamento contra ela. Apesar da violência doméstica que sofria, a professora nunca prestou queixa.

“Testemunhas relataram que o suspeito era extremamente ciumento, razão pela qual Adriana queria se separar, porém ele não aceitava o divórcio e ainda ameaçava dizendo que o filho, de apenas quatro anos, ficaria com ele. A vítima nunca registrou boletim de ocorrência, tentando preservar sua imagem, já que era professora. Aonde ela ia com as amigas, quando ele permitia, ela tinha que tirar fotos para dizer onde estava e com quem estava, tamanho grau de perseguição que ela sofreu”, observou.

Nelson foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e por razão de gênero [feminicídio], cuja pena vai de 12 a 30 anos de prisão. Além disso, ele responderá por fraude processual – com pena de três meses a dois anos – já que teria montado a cena do crime para confundir a investigação, fazendo parecer um suicídio.

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